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quarta-feira, novembro 19, 2008



Homenagem aos “punhetinhas”


da intelectualidade...

Caminhar no intervalo sempre me faz bem,ver gente, sentir o cheiro da vida ainda que as vezes não seja lá muito bom, mas de qualquer forma é vivencia daquilo que concebemos como “real”, caminho devagar quase como um idoso, porque não tenho pressa e principalmente porque meu desejo é apreciar, sorver, pessoas, casas,bichos, ventos e qualquer coisa que tenha alguma vida! Como vocês já sabem, eu sempre (feliz ou infelizmente) acabo encontrando alguém e então esta vivencia pode ganhar ares de drama, não é proposital são contradições naturais.
Encontrei-me com Carlos, um amigo da antiga, de tempos de colégio e tal, no inicio o papo despretensioso tranqüilo como quem joga conversa fora(a maioria das pessoas que converso é assim, não diz nada, eu não digo nada e tudo termina em um vazio...) então o assunto foi para o campo literário, eu gosto de ler mas não tenho pretensão alguma de ser um intelectual, eu gosto de aprender e meu prazer fica por ai. Mas Carlos era um intelectivo praticamente bi-sexual, ativo e passivo, pois quando começamos a falar de livros seus olhos se dilataram e ganhou um gestual como se tivesse falando ao grande publico(, estávamos na rua, na praça Coronel Pedro Osório,alias muito sui generis ,recanto de putas e nereidas...)possivelmente Carlos tenha se inspirado na feira do livro que se acabara, mas certamente seu espírito ainda vagava por lá.
Neste momento eu me calei, e apenas literalmente dei corda ao nosso palestrante que estava tão entusiasmado, falando de filósofos,cientistas e outros tantos nomes que a modernidade batiza, informações esparsas e sem sentido, e aquele arsenal que pseudo-inteletuais usam para referir-se a alguma coisa, mas que soe em uma abordagem inteligente! Expressões redundantes repletas de nada, que mais são a armação de nossa profunda vaidade que algum conhecimento realmente valido, coisas como: “...as abordagens históricas são relevantes em um sentindo notório cuja a conotação interpretativa, é por vezes ambígua e portanto jamais conclusiva, ( o que isso quis dizer?)Logicamente para mentes menores achar sentindo nisso é fácil, mas porem onde esta a informação concreta? Sigo: “...é importante fazermos uma reciclagem de nossas pendências pessoais e literarias, ante ao que deveríamos ser, por vezes em uma fração de segundo atingimos a faceta do ideal, mas ela nunca é permanente, ela sofre as distorções de nossos valores equivocados e isso nos leva sempre a questionar...( a questionar o que ??)
Então Carlos depois de falar muito perguntou o que eu achava a respeito do que ele havia falado, naturalmente ele esperava um elogio, e eu o agraciei da seguinte forma:
- Carlos, tu já deste um peido daqueles realmente fortes, que chega dar-nos a impressão que estamos literalmente cagados ? O famoso peito molhadinho, e com um aroma terrível?
Ele me olhou com um olhar completamente perdido, vi nos seus olhos a frustração e ao mesmo tempo a falta do que dizer, a surpresa. Confesso que naquele momento até tentei soltar um flato, mas minhas entranhas não ajudaram. Então Carlos fica em silencio pensando, tentando dar um sentido aquela frase altamente intelectual de minha parte, eu sorri pra ele e disse:
- Não tem sentido Carlos, isso foi a minha ligeira demonstração de que a intelectualidade é fascinante e encanta os sentidos mais diáfanos, mas a realidade, a tal da realidade é sempre uma porrada, e que não podemos desviar dela por mera intelectualidade, não podemos dizer ao nariz que não sinta o cheiro de nossas entranhas,como não podemos limpar nossas roupas intimas borradas por mera explicação sobre o porque. O que nos torna grandes é a maneira como vivenciamos a realidade, com alguma inteligência o que em outras palavras quer dizer sabedoria. Intelectualóide qualquer imbecil pode ser, basta ler alguns autores, ser bom de retórica e voalá temos mais um pensador embusteiro repleto de palavras que não vão a lugar nenhum, a não ser masturbar as idéias na esperança que elas gozem!!Como se fosse uma punheta infinita do pensamento, sem gozo,sem fim quase dolorida...
Ele começou a rir, e eu a rir dele, só disse tchau.

Paz e luz em teu caminho.
Fabiano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Rsrsrs....este é o Fabiano que eu conheço.....adoro o teu sarcasmo com os outros pobres mortais. E tu sabes o quanto sou sincera.....me fez lembrar de uma pergunta que tu me fez um dia......rsrsrsrs.
Tens que escrever mais sobre nós, meros mortais.

Te adoro, bjão.
Dóris