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quarta-feira, outubro 15, 2008



Perfume das Virtudes

Existem coisas, situações e pessoas que são poesia por excelência, são naturalmente belas e extasiantes por suas simples natureza, existem outras tantas que são o fétido bizarro antagônico até do que se convêm chamar-se de ser humano:de fato, por momentos fico olhando e penso, isso foi feito por um ser humano?Adorador profundo desta sombra que permeia nossa essência jamais posso me furtar ao colóquio que nos inspire ao conhecer-se, e por outro lado nos leve ao mais franco deboxe de si, é preciso debochar de si mesmo para ser-se pleno de saudade.
Olegário sempre fora um mesquinho, o tempo havia passado e parece que aprendizado de coisas realmente importantes tinha passado em vão, para ele que não era zen-budista, a vida era apenas comer, beber e ter algum prazer o qual a sua mão muitas vezes ajudava, sim verdadeira mãozinha! Mas a mesquinhez de Olegário era essencial,destas misérias abissais, sempre irritado e tentando se aproveitar de alguém se houvesse chance para isso,dizia batendo com as duas mãos na barriga dilatada:
-O mais importante ta aqui!!
Era um elogio a própria gordura(ele era um espécime mais digno de pena que asco, mas quando olhava para ele sentia apenas asco...)olhar para ele era como ver a cara do desespero, tinha poucos amigos, nem mesmo eu seria amigo,nada contra a estranhos tipos, apenas não tolero misérias da alma e Olegário reunia todas elas,por vezes eu olhava para o céu e questionava o criador, uma vez que perante ele somos todos irmãos, puxa vida somos irmãos de Olegário?Somos irmãos de políticos? Somos irmãos, de Nero, Hitler, Tamerlão, Atila? Talvez por tais pessoas que tenham inventado a colocação, ovelha negra da família, aos que me conhecem literalmente sabem que não posso falar muito disso!!
Mas sempre existe um dia em nossa vida, o dia que parece que o Divino simplesmente resolve jogar dados, e dá asas aos que não querem voar, beleza aos que são cegos do espírito, amor aos que são feitos de concreto, lagrimas aos que não olhos, convenhamos o Criador tem bom humor, mas talvez nós é que sejamos mal humorados! E de fato assim é, naquela manhã fatídica Olegário havia amanhecido diferente, estava de bom humor, bom astral, havia tomado banho e adivinhem tinha ganho alguns trocados no bixo, era o sorriso pleno de uma realização, aquele dia encheria a pança completamente com toda vontade até a saciedade, mas isso seria detalhe, coisa pequena, ele sentia-se feliz!
Milagrosamente colocara a melhor roupa e andava pela sua rua satisfeito, até uma vizinha que nunca havia lhe dado atenção(vizinha, você sabe não é, daquelas putinhas oportunistas e totalmente monas...algo como as flores, dama da noite...apenas a noite se abrem...) ela estava aquele dia literalmente fértil, e seus desejos voltaram-se para Olegário, possivelmente estava querendo se auto-flagelar, nossa consciência nos faz buscar coisas estranhas quando culpas não diluídas, é preciso achar uma fuga rápida, uma vez que toda culpa é inútil e por isso mesmo castiga - lá é a prova cabal de nossa demência temporária!
Mas demente ou não, a ruiva conhecida como Lorca (também pela sua dimensão, brincavam com ela para não chamarem de orca a baleia ruiva...)chamou Olegário para sua casa,para sua intimidade, Olegário sentindo seu ego maior que uma catedral aceitou o convite, temia algo mas aceitou.
Quando entrou na casa da Ruiva, ficou realmente nervoso, ela foi se aproximando tocando no braço, passou os fartos seios no seu ante braço, Olegário naquele momento senti-se um homem de verdade ou um menino na montanha russa, pensava:
-Que coisa estranha que sinto, uma espécie de frio na barriga, e a duvida cruel se seu membro pequeno,escuro e torto, honraria as imensas tetas de Ruiva??
Começou a suar frio, a uma dor de estomago, mas ele segurava um possível peidinho que lhe quisesse escapulir, por fim passou –lhe o mal estar. Ruiva foi buscar um drinque e ele aproveitou o intervalo para solar o gás venenoso que lhe fustigava as tripas, quando finalmente deixou escapulir o ”evento”, foi tarde demais, sem duvidas não havia apenas vento, mas líquidos, caldinhos, cremes e é claro doces aromas, doces momentos, ironia do destino, em seu dia feliz e perfeito, cagara-se em plena sala de uma prostituta!
Não esperou ela voltar, saiu correndo dali com medo ser execrado,deixou literalmente marcas de seu medo,desatino e outras tantas... na cor parda de um sofá manchado e mal cheiroso!
Dizem os poetas que as emoções transportam as pessoas a dimensões que são um paraíso, ou um inferno, e como as diáfanas emoções buscam as sutilezas tal qual perfumes que o vento leva ao longe inspirando gratas emoções, é inescapável embora mediante cosméticos bem sofisticados, o que carreia de nauseabundo em uma alma é sua essência, disfarces tolos ajudam mas a verdade é pura.

Paz e luz em tua alma.
Luis Fabiano.

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