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quarta-feira, outubro 22, 2008



Mão na Cara

Os contos da vida real por vezes são repletos de ficção tamanha a impressão irreal que nos permeia, mas de fato, ante a seriedade de algumas poucas coisas que aparentam ter, fica obvio que existe na criatura humana um ímpeto pelo irreal,pela maquiagem, a possibilidade de querer disfarçar as realidades de alguma forma, de tal monta que a crua realidade ganhe aspectos mais agradáveis e doces.
O disfarce é livre, e ele acontece nas camadas mais ínfimas de nossa mente, estranhamente, quando se manifesta em sentindo mais grosseiro, leva-nos a duas situações distintas, ou torna-se um conflito hilário, ou converte-se em uma aberração repleta de drama, sinceramente ambas são ótimas, são sempre historias repletas de ironia,lagrimas e muitos risos, é minha singela homenagem ao idiota que vive em cada um de nós, que só coloca as manguinhas de fora quando a oportunidade surge, não surpreenda-se com você mesmo.
Esse era o nome dele, Dr.Pedrão, logicamente não havia nenhuma analogia a rigidez de seu caráter, chamavam-no assim porque era advogado, embora nunca tivesse feito doutorado, mas a vaidade das profissões são coisas que faz o ser humano criar as tais ilusões que falei acima, como sou intimo dele chamarei apenas de Pedrão.
Homem casado, corretíssimo, conhecido por sua moral e ética bem elevadas, muito embora não fosse uma coisa tirânica, tinha uma família exemplar e já com a idade dos sessenta anos era um respeitável senhor de cabelos brancos, mas a vida é um jogo de ironias, sua mulher a amada Hilda, que regulava com a sua idade não mais sentia apetites de amor físico, a senhora nos seus sessenta e dois anos bem vividos, não era como poderemos dizer, uma ninfomaníaca era uma “broxomaniaca”, que fazer, o tempo é cruel com todos, mas ela não era um coroa atraente, tetas murchas,pele sem brilho,a sua grutinha do amor ressecada e nos olhos a ausência de brilho que desperta fogos intensos, mas o que mais transtornava Pedrão era falta de cheiro de mulher, nossa isso era fatal, mulher que não tem cheiro de fêmea não desperta instintos ferozes(quando me refiro a cheiro de fêmea, digo:feromônio, que estão presentes nas secreções das axilas, virilha,do anus e claro da vagina, sim, vagina precisa de cheiro de vagina mistura de suor, com leve tempero de xixi, tudo quentinho, abafadinho, mistura dos deuses capaz de despertar o melhor e o pior de um homem...).
Logicamente que Pedrão também não era nenhum top model da terceira idade, estava com cabelos brancos, muitas rugas, os ralos pelos do peito, e um membro que já não mais lembrava a Torre Eiffeil, mas parecia um humilde caracol lento e carregando a sua casa de carne mole. Mas existia um porem, Pedrão sentia tesão ainda, e como Hilda não comparecia ele encontrou uma saída canalha, mas uma saída, (não iria fazer justiça com as próprias mãos até porque, ele iria se turbinar com um azulzinho, tal investimento precisa de uma princesa ou talvez duas...), foi assim que encontrou no jornal um local adequado para dar vazão ao seu tesão recolhido, sim passou a freqüentar a casa das “primas”,o prostíbulo, a casa de tolerância , o puteiro, virou freguês rapidamente,Regininha e Marciana, uma loira e uma morena, mistura de pecado original, o velho sentia-se com quinze anos e claro pau de sessenta, elas o atendiam sempre, ele tomava o seu “remédio” e seu flácido membro ganhava sobrevida e fruía prazer por uma hora mais ou menos, saia feliz.
É claro que em casa seguia sendo o pai exemplar, “respeitava” Hilda que nem em sonho imaginava isso, muito calada estava tranqüila na sua assexualidade , o amor de ambos seguia intacto com um cristal de coleção, tudo brilhando no lugar, sua vida pessoal em nada se alterara,apenas desenvolveu o vicio de ter duas menininhas de vinte e dois e vinte e três anos arrancando-lhe do mundo mortal normal, ( e a grana também, ao final do gozo sempre ve
m um desprazer, pagar, tudo é pago de alguma forma...).
Até aqui nada disso é realmente importante, isso é comum , trivial mesmo, o ser esta sempre em busca de seu gozo de alguma forma, uma casa, um carro, uma mulher, um homem, afinal as pessoas querem é gozar de alguma forma, você escolhe.
Mas Pedrão logicamente desenvolveu uma estranha mania, que deixava claro todo o seu conflito intimo, embora o que fazia fosse traição explicita, em sua cabeça o processo não era aceito,de tal forma que ele precisa de uma maneira de dizer para si mesmo que não estava traindo Hilda, e então o ridículo original aparece. Quando Pedrão se aproximava a uma quadra da sua segunda casa, a casa das primas, ele colocava a mão no lado do rosto tapando aproximadamente trinta por cento do rosto, em sua imaginação tinha a impressão que estava totalmente ocultado e este ocultar dava-lhe a impressão que não estava fazendo nada errado porque obviamente ninguém estava vendo, e se visse não era ele.
Pedrão segue freqüentando o puteiro até hoje, sinceramente não sei como ainda não teve uma overdose de Viagra, mas seja como ele já é conhecido na região pelo meu mecânico e seus filhos que acabaram por dar-lhe um apelido, que a quadra inteira já sabe, e todo sussurram silenciosamente, lá vem ou lá vai no O MÃO NA CARA!.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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