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quinta-feira, outubro 30, 2008

Excesso de paternidade...



Contos de Hospital.Excesso de paternidade...

Como já sabem, eu tive o prazer de frequentar hospital, para fazer uns curativos em uma “bicheira” que por autopunição fiz a mim mesmo.Não entrarei em detalhes deste assunto, porque cada um carrega sua punições da maneira que mais lhe agradar, e alem do mais poderá lhe causar náuseas em função do nauseabundo assunto de pés” podres”. 

De fato escrevo sobre muitas nojeiras, as vezes que as pessoas fazem de público, mas com toda certeza prefiro as que elas fazem em oculto quando todos dormem, uns sonham e outros tem pesadelos, é um mundo repleto de santos!!

Isso me faz lembrar que detesto saber a realidade profunda das pessoas. O cheiro sempre é desagradável, não, não me falem a verdade mais intima, mintam para mim por favor, vistam uma máscara e me digam coisas breves e suaves, doces como um despertar em meio a natureza, é possível você fazer isso?

Não espalhe seu péssimo odor por ai.

Não é por nada não, mas a realidade profunda das pessoas lembram um pouco os meus repugnantes pés, nada é casual, pois e embora a objetividade seja tão diversificada, quando mergulhamos alem das aparências de qualquer ser humano, por mais intelectualmente esclarecido, ou de bons princípios e “moral” inatacável (me apresentem esta pessoa por favor...) vem a tona sempre aquilo, que nos torna tão humanos feliz ou infelizmente, e meus pezinhos balançam dedinhos carcomidos e de aroma suspeito de pus... deixamos para lá, não quero atrapalhar alguma refeição sua... 


Estava sentado aguardando a minha vez, sem pressa, meu caso não era de urgência, era fazer um curativo nos dedos e tudo ia bem, ali na sala de espera meu observatório da alma humana, tanto quando as dores físicas ali expostas, ficavam também a mostra as dores da alma, fragilidades em carnes cruas, medos cheios de dor, e sorrisos que eram preces a procura de um consolo breve, confesso que me diverti muito ali, todos eram personagens em potencial inclusive eu, não canso de falar de meu ridículo pessoal, me dou bem com ele.


Eles entraram pela porta, o pai obeso carregando um filhinho também obsesinho no braço, percebia-se que ele estava cansado, fiquei apenas observando, imaginando devido a maneira abrupta da entrada que se passava algo muito “grave”, sério mesmo. 

Ele largou o pimpolho na cadeira e via-se que era apenas uma torção de calcanhar, nada grave, talvez uma dor chata mas que se resolve tranquilamente. O pai foi atendido e então o pimpolho levantou e saiu caminhando naturalmente, eu achei um pouco estranho, pois quem esta com dor não sai caminhando normalmente, ele foi até o bebedouro, pegou um copo com água e quando estava voltando para o lugar o pai viu ele caminhando...e aqui começa o show.

O pai fala gritando mandando o pimpolho sentar-se imediatamente pois a luxação poderia ser gravíssima ( eu ri..) o rapaz parecia ter uns 12 anos sentou-se. Neste momento o super pai, pega uma cadeira de rodas e faz o rapaz sentar-se, até aí tudo certo, mas já existia um exagero, mas que culpas ou burrice esse pai carregava com si ?
Nem quero saber.


E então para a alegria de todos que estávamos esperando o” superpai” começou a andar de um lado para outro com o rapaz na cadeira de roda, dizendo besteiras, do tipo:meu filho: você é o campeão de fórmula um(fazendo o som com a boca de um carro de corrida...) um lado para outro, o rapaz então quis fazer xixi,e o pai chega ao balcão e pede passagem para o banheiro pois o rapaz estava com uma urgência daquelas de fazer xixi, detalhe o menino balançava o pé “doente” mais que os meus que eram sãos.


Olhei aquilo,  havia um exagero muito grande em tudo, sim, era destes pais que transformam os filhos em bonecos de cristal, prontos para serem pisoteados pelo mundo, crianças mimadas repletas de frescuras, de uma frescura que o mundo real não tem, conheço adultos que foram mimados e lhes tenho asco, pois eles ainda retém traços da fragilidade a que foram submetidos, sempre que vejo tais demonstrações fico fatalmente pensando: esse pai, essa mãe devem ser uns tremendos ignorantes ou tiveram mãe na zona, desconhecem profundamente que seja amor, respeito e verdade, no sentido mais amplo de tais sentimentos.
Freud explica e foda-se.
De minha parte só quero ficar ali apreciando o horror quando ele crescer.



Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.



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