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sábado, outubro 18, 2008

Benção de esquecer

O ontem se foi, levando consigo sua vivencia e voz, de ontem ficaram as fiéis marcas, presença feita de silêncios que levaremos para vida a fora, como cicatrizes repletas de memória, lagrimas e risos.
No ontem bebi de duas taças, numa sorvi amargor e fel e doutra néctar e maná, momento do existir, pois de nossa experiência não se bebe de apenas uma, sempre de uma e outra, fica assim explicita nossa profunda dualidade, de mim e de ti, benção e mácula, céu e Terra, dores e amores.
Sim era verdade, que do ontem quis o hoje com ânsia, como a escapulir de meus pesadelos mais terríveis, porem quando em fuga desesperada me libertei, aqui cheguei trazendo comigo grilhões e feridas abertas, e o ontem estava comigo, estava em mim, minha ilusória liberdade se foi, se foi, presa de ontem presente...
Percebi a fragilidade de estar aqui, como tênue chama de uma vela que ilumina e consome-se tremeluzindo, das dores do ontem em mim, hoje entendi, entendi onde se dá o perdão de nossos pecados de onde nasce a liberdade, mesmo ante as marcas de nossa alma, digo, simplesmente esquece, abandona agora grilhões e esteja presente aqui, esquece e abraça-me eu sou o presente e só vivo se vieres até mim.
Não anseia pelo futuro, devaneios de tua imaginação, não agoniza no passado laço de tua memória densa, eu sou esquecimento, fica sereno e grato de tuas marcas e esquece tudo o mais, e ao abrir teus olhos, nasceste novamente, livre de tudo, aprende a olhar com os olhos de um recém nascido, na vida maneira única de sentir-se plenificado não amanhã ou ontem, mas no hoje.
Vem até mim, eu sou o esquecimento, vem comigo a vida nos espera.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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