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quinta-feira, setembro 11, 2008



A Metamorfose de Sonia

“...historias sórdidas, num piscar de olhos tudo muda, a tua vida antes tranqüila e serena se converte em turbilhão sem inicio ou fim, e a decisão certa ou errada a tomar deixa de ser uma opção e passa a ser uma imposição, meu coração batia descompassado naqueles dias de breu na alma, por fim eu sabia exatamente o que queria fazer, teria eu coragem? Deixaria por um momento o egoísmo centralizante de mim mesma,faria o gesto nobre? Cederia de mim mesmo vida? Realmente não sabia...naquele momento queria apenas deixar passar um tempo, como idéias que precisam decantar para se tornarem essências,eu apenas não gostava de mim naquele instante,sentia-me horrível em muitos sentidos...” eram estes os pensamentos de Sonia.
Era uma vez uma mulher chamada Sonia, de beleza rara e atitudes ocasionais, Sonia era uma pervertida por natureza, gostava de homem, gostava demais de homem, se comportava com um ninfomaníaca, tendo sempre muitos parceiros para os conluios de prazer, homens, mulheres, homossexuais, seu repertório de gritos e orgasmos era infinito, mas ela não chegava a ser uma prostituta profissional que ganhava a vida cobrando favores sexuais, ela os fazia por prazer, por fazer parte de sua alma fescenina e licenciosa, alias coisa rara nas mulheres pois esse gênero de promiscuidade é natural no sexo masculino, uma mulher excessivamente sexual é invulgar, prostitutas de alma eu as chamo, são tipos incomuns, mas Sonia era assim, vivia para o prazer de si e dos outros,assim imaginava viver a vida.
Ela tinha o perfil certo para isso, afinal desde tenra idade descobrira sua sexualidade sozinha, talvez ela estivesse a frente de seu tempo, mas divertia-se como podia na masturbação, perdeu a virgindade muito cedo, sem traumas, por sentir mais sede de prazer, e com vinte e dois anos de idade já havia experimentado tudo o que sexo pode proporcionar, de bom e de ruim, sua beleza física era simples porem era muito atraente, seus contrastes sedutores,e olhos que brilhavam repletos de adrenalina, seios fartos embora magra, coxas longas roliças,o monte de vênus com delicados pelos era sempre um convite a adoração de seu templo intimo, Sonia era uma mulher literalmente talhada para dar e receber prazer.
Nesta manha mencionamos seus pensamentos, ela acordou sentindo-se muito mal, acordara enjoada, e correu até o banheiro, sentia-se oprimida, a emoção parecia embargada carregada de algo novo e estranho, como ventos suaves que prenunciam tempestades, vomitou e se refez, pensava longinquamente, talvez a bebida da noite passada regada ao esperma de um cara que ela não conhecia, era bonito e simpático disso lembrava, ela gostava de bebidas e esperma, mas ambos juntos...bem...
Tentou tomar um pouco de água e novo enjôo, estava defronte ao espelho, e olhou para si mesma em interrogação intima, como situações que não se quer acreditar, não poderia ser...não tudo menos isso...mas ela sentia em suas entranhas algo acontecer, uma mãe sempre sabe o que sente, e se vai ser mãe, era o caso de Sonia, pensava rápido, ela encontrava-se literalmente com uma decisão a tomar, matar ou não! Muitas coisas se passavam em sua mente principalmente que não sabia quem era o pai,mas neste momento não interessava, sempre gostou de tomar decisões sozinha,não queria a opinião de ninguém, para si era simples, buscava frieza para tentar decidir rapidamente, pensava: enquanto essa criança é uma simples bolha de sangue disforme, ela ainda não representa nada porque nem forma humana possui, com algum humano pensamento,por outro lado(buscava em sua memória...)quando era uma adolescente pensou um vez em ser mãe, em cuidar de alguém,mas agora? E seu prazer como ficaria? Abriria mão de sua vida de orgias, ficaria horrível com aquela pança deformando seu corpo, seios inchados de leite e depois uma criança chata que iria ficar chorando por qualquer coisa?
E isso seria para vida toda?
Cansou-se de pensar, ainda teria tempo, sentia-se no inicio de uma gestação e decidiu deixar passar mais alguns dias, talvez fosse seu instinto falando mais alto, talvez sua consciência, Sonia poderia ter todos os defeitos da alma, mas era honesta sempre, vivia a verdade que havia eleito para sua vida e a isso ninguém tem o direito de julgar, dentro de cada um de nós existem milhares de emoções, algumas são contrastantes com a vida ideal,quando se esta na pele de alguém é que realmente sabe-se o que pesa, a dor de cada um, é a dor só de cada um e mesmo que lancemos pontes para tentar nos aproximar,ainda será uma dor só.
O tempo foi passando e Sonia foi ficando diferente, era como se seu espírito houve se renovado,ela trabalhava com animo, e vez por outra lembrava-se de sua barriga, passou o primeiro mês,e a idéia do filho não lhe era tão antipática, segundo mês, terceiro mês ela agora achava que era uma boa idéia, estava permeada pela vontade se ser mãe, a medida que sua barriga crescia,sentimentos antes não experimentados cresciam junto de si,sentia-se com dois corações literalmente, até que aboliu a idéia do aborto em sua cabeça, teria o filho e iria curti-lo, tinha condições para isso e tudo estava bem, passou-se então o quarto mês, quinto mês e sexto mês, Sonia era uma outra pessoa, tinha o rosto feliz e com alguma inocência reencontrada, gordinha, o seios avantajados ficaram mais avantajados ainda,sentia ainda desejos sexuais intensos, mas ela estava saindo com um cara apenas que sempre foi uma pessoas sensível a ela, literalmente a gravidez de Sonia deu-lhe uma nova vida, talvez uma oportunidade de uma nova vida e ela aproveitou.
Entrava agora no sétimo mês, teve uma forte dor, e precisou ser levada para o hospital com urgência, fortes dores a afligiam, o bebê ..o bebê.
Quando acordou estava em uma cama de hospital com seu companheiro ao lado, ela tocou na barriga e não a sentia com a vida que pulsava em seu ventre, entendeu tudo de imediato, tivera um aborto espontâneo por ma formação congênita, o que era antes um desejo agora torna-se um pesadelo triste, chorou muito abraçada em Carlos seu amigo e amante.
Passaram-se os dias, ela saiu do hospital, fisicamente sentia-se bem, mas sua alma estava fraturada, era certo que carregaria essa dor pensava, e neste pensamento sincero quase uma prece que acalenta a alma atordoada,lembrou-se de si mesma, de como conduzira a sua vida até alia e o quanto aquele filho não nascido havia alterado o rumo de sua vida,Sonia era uma mulher inteligente e agora mais que sensível, percebeu que mesmo seu filho não nascendo e enchendo sua vida de vida,ele havia dado um presente que jamais ela perderia, havia lhe dado a oportunidade de renascer como ser humano,deixar as futilidade de lado e vivenciar o refinamento de um sentimento nobre que catapulta o ser para vivencias mais profundas e belas do existir, isso não morreria jamais,ela agora chorava acariciando sua barriga flácida,por fim olhou para o céu quando saiu do hospital, ficou olhando para o alto,e em um ato simples e corriqueiro para cada um de nós, o sol astro rei, saiu detrás de uma nuvem e seus raios beijaram seu rosto, sentiu-se beijada pela luz...nada mais foi dito, ela apenas sorriu, como sorriem as crianças felizes ao sabor do vento.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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