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segunda-feira, julho 28, 2008



Bastidores rasgados

Caminhar sempre é um prazer gosto de respirar cheiro de rua, cheiro de gente aroma da existência, meu caminhar permite exercitar um dom que considero, o poder olhar as múltiplas situações da vida com olhar acurado, não gosto de me prender ao ignóbil prefiro a manifestação daquilo que transcende, com o tempo fui aprendendo isso, é possível tirar-se de momentos, situações e vivencias absolutamente comuns, a grandeza de contraparte capaz de tornar qualquer coisa ordinária que seja em algo de se ver, se admirar e sentir .Apenas é preciso saber andar, saber observar e flexionar o ver-se.
Nestas caminhadas da vida, de todas as vidas em uma viela comum, me disseram que eu não mais escrevia sobre a boa espiritualidade, como se minha “alma” tivesse ficado seca ou talvez sedenta demais, bem , para mim existe uma complacência cotidiana e um sorrir ante o engano alheio, em outros momentos não hesitaria em mergulhar laminas frias e afiadas nas quentes entranhas alheias, mas não, é preciso ter complacência e respeito pelo direito profundo que cada ser humano tem de ser absolutamente idiota (já escrevi sobre isso...), mas por outro lado é preciso também trazer a realidade aos fatos:Escrevo e falo de vivencias reais, de dores e humores reais, não invento nada, de dentro daquilo que a vida verte em nossos caminhos, não é isso o maior entendimento de vida e espiritualidade?Daquilo que aprendemos a duras penas, e o que antes era machucado converte-se em balsamo para as nossas e para feridas alheias, a experiência de viver, seja ela como for, e o que for.
Ou estes desejam que fiquei falando com anjinhos, implorando ao Criador um sinal, tentando quem sabe ver o quanto as pessoas são “maravilhosas” e em verdade são ignorantes?Mas isto não seria complacência?
Não posso. (prefiro falar de hímens complacentes...)
Essa é uma estrada solitária, muito solitária, a Divindade que eu creio, está tanto nas estrelas de primeira grandeza e como também nas piores vivencias do ser humano, nas dores sem fim e nos descansos da alegria e da paz.
Poderia sim falar dos regozijos, bem aventuranças e da iluminação que em verdade é o que as pessoas esperam em suas vidas, de paz, felicidade e amor, bem isso também é verdade, mas nada disso se obtém magicamente, e como quase tudo que nos cerca é uma questão de entendimento de oportunizar-se, realmente para mim não me interessam os sorrisos da vida, mas sim o que se passa no oculto daquele sorriso, a sombra dos bastidores onde repercute a verdade de cada um, quero ver e saber de irredutíveis verdades, e estas raramente estão expostas,disfarçadas para que talvez a dor não se torne lancinante, não nego a felicidade possível, apenas quero que ela seja verdadeira e não melíflua voz de sereias!
Como não falo de espiritualidade então?
Como já eu dissera doutra feita, é preciso saber ver a vida e senti-la em seu intimo, aquele que o sabe mesmo que esteja mergulhado em caos ululante encontra a benesse para descansar a cabeça e aliviar o peito. Claro que poderia falar tão somente de céus mas isso seria tão falso como aquele que só fala de terra, falo de mim e de você daquilo que nos torna verdadeiramente irmãos em uma dimensão de desejos e semelhanças de pensamentos a procura de pensamentos semelhantes, de dores semelhantes e de humanidade tão próxima de nós.
É preciso saber ver.
Para que aquilo que se expressa seja verdadeiro não basta pairar ilibadamente sobre lama, alvo e puro e eis a grande confusão, não é a forma que deve ser pura mas a essência e uma essência pura significa verdade, e ser verdadeiro nem sempre implica em ser bem acabado em um traço de “perfeição”,falo de expressão de si do teu aspecto irredutivelmente humano que somente com muitas dores e esclarecimentos que consegues burilar e chegar a um estado de paz.
De fato, não falo de lagrimas, mas o que esta por detrás da lagrimas, não me refiro a fáceis sorrisos, mas o que cala por detrás do que gargalha, não falo de morte falo de vida real que pulsa e vibra em ti e nos leva ao próximo passo, sempre tem um próximo passo...

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns!!!! Parece que você é mesmo um grande conhecedor da vida, das pessoas......
Gosto de seus textos, eles mostram a grande confusão que é a sua mente.
Você é Espírita? Acho que não, pois se por ventura fosse, não seria tão confuso......Se fosse teus textos teriam outra abrangência.

Carol

Fabiano disse...

Então vc gosta de rótulos não?Bem eu não sou nada, mas posso te dar uma pista,eu sou Teósofo,ou seja livre pensandor,por vezes sou contratidório mesmo exatamente como a vida é, vc sabe não é Carol em nós habita no minimo dois seres um bonzinho e outro nem tanto, o que eu faço e ouvir o pouco de cada um e fico livre para tomar a decisão que mais me agradar.
Grato pelo comentário.