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sexta-feira, maio 16, 2008

A dona de Mimi



A dona de Mimi...

Eu entendo quase todos os tipos de convivência humana. 

Sei que o absurdo de pluralidades se estende ao infinito, parecendo um espetáculo a parte. 

Os procedimentos humanos para com os próprios humanos, mas agora a relação humana e animais as coisas para mim começam a ficar em alguns casos, muito estranhas e bizarras pois entram em jogo não tão somente ,o “carinho” típico para com os animaizinhos, o que é quase apreciável em função de um possível exercício de humanidade.Claro que sem humanidade ,pois a manifestação é para com as outras classes de seres vivos, o que obviamente exclui os homens.

Assim era dona Dorlinda e sua gatinha Mimi (um nome muito criativo...)notei uma coisa, pessoas que são excessivamente carinhosas com os animais estão com algum problema de natureza emocional, o qual o bicho se torna o Bode Expiatório. Dorlinda não era diferente...solteira e já com alguma idade algo mais que uma balzaca, então de longe como estava fiquei e ficarei...não gosto de correr riscos físicos, e ela acariciava a abençoada gata, fazendo aquela vozinha de criancinha...Mimi..Mimi, vem com a mamãe, vem filha, não faça isso filhinha, não entre ai criança, você vai se sujar e o rosário é enorme.

Via o quadro desenhado o que a esta altura da situação, me causava largo asco, asco da gata e da mãe da gata e dos possíveis parentes da gata, em um dado momento, tive a impressão que a gata que tinha uma dona de estimação, numa total inversão de valores, quem tem duvidas consulte Freud, e claro, vá tratar-se pois em alguns casos ele mais ou menos explica alguma coisa.

Então vi dona Dorlinda queixar-se com a vizinha contando com toda ênfase de um acontecimento mundial (detalhe, cuidado com pessoas que carregam demais quando contam algo,geralmente menos de 30% é verdade...entram em jogo ai outras emoções dentre elas a falta de atenção...) como se isso fosse a coisa mais importante da existência, depois do mapeamento do DNA, imagine...que um gato vira lata e marginal agredira sexualmente Mimi(um felino estuprador...) que entre berros de dor/prazer ficara enojada segundo sua dona, e que agora andava muito estranha, talvez o sexo tenha alterado algo de sua personalidade, como não gargalhar disso? (Lógico que sexo muda tudo, alguns sexos viram a vida de ponta cabeça... afinal um espaço antes virginal agora profanado, pode ser seviciado para prazer ou dor..ai é abordagem de cada um...).


Confesso que sou profundamente agradecido ao gato marginal estuprador que deu um ar de realidade a gata de contos de fadas, na vida de conto de fadas de dona Dorlinda, e agora a gata e dona da gata que frustradas em meio a sofisticação exagerada de uma relação, agora existia um elemento a parte disso, pois Mimi agora ficara apaixonada por seu estuprador... diga-sede passagem ,afinal qual mulher não se apaixona por um cara errado as vezes?

Eles são mais atraentes que os bonzinhos, melhores de cama e outras tantas coisas, mais ai vamos mergulhar em outro assunto o qual terei o máximo prazer de escrever, onde traz a tona a nova versão dos Pecados do Amor, Os crimes da Moralidade e a Ética do Prazer, títulos deliciosos sem duvida, por hora aguardemos.

Voltemos a nossa narrativa infame e animal, historia da dona da gata e claro a gata a protagonista desta inglória historia, ai me lembro que dona Dorlinda era excessivamente limpa, muito higiênica é claro não sei se para consigo mesma, mas para a Mimi, ela comentava dos produtos de limpeza que usava em Mimi, quando ela fazia xixi e coco suas partes eram limpas imediatamente com lencinhos umidificados e nos períodos ”daqueles dias” ela utilizada absorventes dos mais caros, não posso deixar de me deleitar em minha mesquinharia inflexível e claro gargalhar, é impossível eu respeitar algo assim, quando você cães de rua abandonados a toneladas nas ruas de nossas cidade, gatos marginais de toda espécie andando por ai...tentando sobreviver. A vida não é vitrine de cristal senhores...


Porem toda historia precisa de um final, tenho certeza que gostariam de ver a cara de dona Dorlinda, ao descobrir que sua amada gatinha estava grávida do Marginal, naquele dia ela ficou muito triste, Mimi era o arrimo de uma pureza imaginaria, que ela pressupunha existir, a barriga estufada de Mimi arrancaria de sua dona tal ilusão, frustrada por não conseguir moldar o mundo ao ideal.


Mimi foi expulsa de casa, e tudo que ela era antes agora convertia-se em uma aberração que dona Dorlinda não queria mais ver. Não tive mais noticias de Mimi, mas dona Dorlinda eu as vezes vejo, sua cara não é mais mesma, mais velha e desgastada de alma, e pois irônico que possa parecer, como trazer outras vidas a vida pode nem sempre causar um bem?

Este é o outro lado da historia, talvez o menos divertido, mas quando não se sabe ler nas entrelinhas da vida, este será mais ou menos o natural resultado, uma imagem sem retoques.
Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

ps- para que não pensem equivocadamente, esclareço que sou contra absolutamente a coisificação dos seres vivos. Um animal não é um bicho de pelúcia.Ele tem necessidades animais assim como eu e você.


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