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quarta-feira, março 26, 2008


Linda...e recordava...

Ontem passei por ela, e estava linda, trajava uma roupa simples uma calça justa e uma camisa clara, com sapatos de salto, puxa nunca a vi tão linda, naturalmente ela não me notou mas isso não era importante, vi que ela estava feliz pelo seu semblante leve e doce, é verdade, as vezes as aparecias enganem, mas ela parecia tão feliz,passou por mim e se foi.
Hoje a vi novamente, então tive a certeza que estava feliz, olhava agora seu ventre levemente dilatado e ela o acariciava com tanto afabilidade como se o quisesse o abraçar, no embalo daquele afago o amor também ali se fecundava em suas entranhas, e a sua emoção era grande e visível, creio que de todas as conquistas a maior de sua vida, a que dá e transforma a vida.
Então o tempo passa...e eu me silencio por um instante.
Agora a tenho visto algumas vezes, plenificada, não trajava mais aquelas roupas, sua beleza havia mudado, com seios dilatados e abundantes amamentava embalando aquele pequeno pacote em forma de gente, de vida, seu sorriso translúcido era a expressão da serenidade amorosa, a visão mais rara que encanta gratuitamente, mas quem de nós esta pronto a encantar-se?Você está?
Passei por ela ainda distante e me fui.
Quando nossos sentidos grosseiros são predominantes, deixar-se levar pela sutileza simples e evidente de tudo que existe não nos diz muito, a beleza nos presenteia a todos os dias de inúmeras formas, mas por nossas cadeias predominantes e condicionadas, o tempo passa, sem muito sentido, sendo justificado por nossas pessoalidades como se a isso somente o que existisse no mundo!
Porque tudo transmuda-se em prisões?
Neste aspecto podemos afirmar que nossas relações estão longe de ser saudáveis porque elas sempre atingem o melhor e o pior do ente humano, se ao mesmo tempo queremos a “beleza” por outro lado a queremos aprisioná-la, para que ela seja nossa e apenas nossa, neste instante todo amor, beleza, encanto e demais qualidades possíveis se perdem na areia movediça de nossas fúteis emoções, e por mais mórbido que possa parecer, é disso que gostamos, gostamos da perda.
Alguns dirão que isto acontece em função da ignorância,bem, mas o que ignoramos? Você sabe?
Ignoramos a maneira ideal, “perfeita” de abordar e sentir a vida,ignoramos a nós mesmos,a liberdade possível eis a maneira de vivenciar tudo o que esta em nossa volta.Desprendimento esse é o grande ensinamento, quando se atinge a maturidade da razão sabe-se que as emoções estão a nossa disposição em uma dicotomia de valores, o burilar mental trás a preponderância ou antes deveriam fazer preponderar sobre o que é real em termos de “emoções”, porque queiramos ou não, existem emoções que não conduzem a lugar algum, a nada ou mesmo a um vazio isso quando não desperta em nós o “vicio” emocional, que naturalmente gera uma castração em nosso coração e em nossa mente!
Amigo tenha claro, nada é teu, como o sol não é teu e a todos encanta, o perfume das flores não é teu, a beleza de um sorriso não é teu embora seja para ti,ela ou ele não é teu mas está para ti,a oportunidade única de abrir os olhos a toda manhãs é para ti mas não tua,as únicas coisas que somos “donos” são de nossas emoções e pensamentos isto quando estão livres e libertos dos condicionamentos, saber fruir com satisfação e sem as preocupações advindas da tua insegurança futurística é maneira ideal de se viver a vida.
Então nunca mais a vi, pois embora eu andasse na rua e fazia aqueles mesmos caminhos, embora nunca tenha trocado uma única palavra com ela ou mesmo sorriso, ela havia me presenteado com seu melhor, com sua gentileza e simpatia talvez provando que por vezes os maiores presentes se passam em silencio no cântico das almas.
Hoje ela visita minha memória acordando no meu coração belas recordações, agora já não é importante onde esteja ou que faz, não, em minha alma vou lhe ser profundamente agradecido, como sou agradecido por este breve momento de comunhão entre eu e você.
Muito Obrigado.

Com meu profundo carinho
Paz e luz em teu caminhar.

Luis Fabiano.

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