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domingo, fevereiro 17, 2008

Da Série Erros da Criação...

Da Série Erros da Criação...

Odores,sons e outros detritos humanos...(historias de banheiro)

Permintam-me ser profundamente nojento e asqueroso mas com toda elegância possível, afinal nem só de belezas e vislumbres vive o homem, aproveitando o momento das inspirações dos demônios Sadeanos, que involuntariamente sopram suas requintadas experiências.

Então no silencio da madrugada quente, onde talvez místicos e religiosos se permitem a busca do infinito, eu de forma impensada, fiquei em solilóquio com meus pensamentos, porem nem tudo são flores quando nos dispusemos a pensar, mesmo sem querer ouvir, ouvia involuntariamente, porque você sabe ,quando o silencio abunda pode-se ouvir qualquer coisa, desde poesias angélicas e celestiais, como também cochichos das sombras e talvez o pior que ambos, sons humanos.


Interrompi minha meditação.
Era fatal, então começou, uma tosse forte de inicio fraca e então foi ganhado volume e tornando-se pesada até o ponto de expelir detritos orgânicos de cores diversas, e consistência pastosa e aspecto repugnante, um breve som surdo e tudo fica em silencio novamente. 


Então penso comigo, que as pessoas por vezes fazem suas sinfonias mesmo que sejam bizarras, sinfonia dos sons humanos, mas profundamente humanos. Então a tosse se foi, neste momento da lugar alguém cujo o estomago esta digamos eufemicamente prejudicado, ouvi seus passos até o banheiro, o desacolchetar das vestes e sentar-se ao sanitário, então uma tempestade começa, uma terrível tempestade feita de flatos, sons que mais pareciam de uma maquina entupida, tentando sobreviver a dores lancinantes entre gemidos e forças, então uma breve explosão e uma respiração de alivio seguido de um flato e mais um som que bate na água do vaso.

Então mais um silencio qual eu pensei que seria definitivo, bem na vida nada há de definitivo a não ser a própria indefinição,então o breve silencio não durou, alguém resolvera tomar banho cantando, mas um canto profundamente desafinado algo horrível uma mistura de forró,pagode ou algo assim,até entendo o relaxamento que o banho produz mas com toda certeza essa pessoa pensava que os ouvidos alheios são penicos,mas eu respeito, então o seu banho se encerrou.A noite ia longa,e ante tantas manifestações em mim começara a dar vontade de participar desta sinfonia mas qual seria a minha contribuição?Ri para mim mesmo.
Então e por imaginava, um casal chegou possivelmente de uma festa em função da sua animação feliz semi- ébria, deram um inicio ao banho em conjunto, risadas, gritos e besteira normais ao contexto, então terminado o banho, ouço gemidos, sussurros e respirações ofegantes de prazer, bem esta sinfonia foi agradável ao mesmo inspirava as parafilias numa espécie de voyeurismo auditivo,agradável confesso, então ouviu-se um grito de desespero com respirações aceleradas, por fim tudo ficou calou, silencio dos mortos, mortos pelo prazer.
Então mais uma vez silencio,depois desta serenata exótica nada mais se fez ouvir,apenas pensamentos e quietude,mas ao contrario que poderia a direção evidente das coisas, neste instante não mais queria meus solilóquios, tédio dos meus silêncios ,um ser a procura de sons agora era isso que eu era, um ser de contrapontos e nunca olha para mesma direção duas vezes, por que entender a verdade é nunca escravizá-la, antes sim abrir todos os grilhões que a possam prender e como um gesto,um olhar que sonda a profundidade da vida a procura de si mesmo.
Mas todo cuidado é pouco, vocês sabem que silêncios não duram muito e sempre tem uma sinfonia sendo executada afinal os seremos humanos de alguma forma ou outra emitem sons, alguns se fazem por meio dos orifícios e outros por escritos ou por qualquer expressão que seja “puramente” humana o naturalmente completamente ausente de genialidade, profundidade.

Aos maestros da vida
Fabiano.

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