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quarta-feira, janeiro 16, 2008

Um mel a mais...

“...então abraçaram-se e carinhosamente trocaram afagos,abraços, beijos e profundas e excessivas gentilezas, ao longe podia-se perceber o que ocorria aquela relação inicial com toda as nuances quase uma dança da sedução infantil, características de encantamento, o pecado inocente de cada um, os sonhos mútuos e repletos de perfeição...então pegaram a cerveja e encaminharam-se para beira da praia, onde estava mais escuro, mas em função das preponderantes emoções, ficaram a olhar as estrelas,a apontar para lua, a sorrir ingenuamente criando no espaço impalpável fantasias douradas.
Lembro que citei o que possivelmente estariam dizendo um para o outro, as palavras “lindas” e quase irreais...eu lia em seus olhos o pensamento dela, ele é ou seria o amor de sua vida, aquela pessoa que passou esperando durante muito tempo e preenchia seu imaginário, ele por sua vez a acariciava como se fosse a primeira vez, repleto de carinho e ternura, se bem me lembro, ficaram assim por mais de meia hora, abraçados e trocando juras de eterno amor, lembro que pensei, aquela situação só era possível porque ambos não se conheciam intimamente e profundamente, mas tudo é uma questão de tempo, e a inexorável vivencia cotidiana se encaminha de transformá-los em dois estranhos, seres eqüidistantes de todo aquele excesso amoral,amoroso, emocional, de minha parte não tem amor que suporte todo e qualquer excesso, tanto de falta como de abundancia.
Confesso que só de ver aquela situação, tive pena deles ,do imenso caminho que ainda terão até chegar a leve e doce realidade, romper com aquele mundo ideal, idílico e repleto de sonhos, ao ponto de chegarem a ser ambos ocultos a luz dos olhos, estranhos um ao outro como uma entidade espiritual que toma conta de seu “cavalo” e o abandona quando algo da errado, com pepino na mão!
É vero que não estou fazendo uma abordagem sutil, tênue, longe disso, mas por outro lado estou sendo o mais realista possível,e neste aspecto sou bíblico até, Adão teve problemas no paraíso, imaginemos nós os herdeiros de seus problemas? É claro Adão não era muito esperto e Eva era mais fraca a tentações, a serpente é a vilã(sempre uma terceira pessoa leva a culpa de nossa profunda e infinita idiotice), o que vejo ainda hoje é o mesmo Adão iludido com os prazeres instantâneos, uma Eva solitária que tenta fugir de sua carência quase que a qualquer preço e uma serpente que usa ambos para seus fins, cada um de nós tem a sua serpente particular, intenções, emoções e todos os defeitos inerentes a tosca alma humana.
Existe esperança ,(não gosto desta palavra),se uma relação sobrevive as fantasias,e depois a realidade inescapável e a sublimação pela a maturidade das emoções, é porque ambos souberam entender as fases do amor que é absolutamente dinâmico e altera-se de minuto a minuto, mas para tanto, é preciso ter ao contrario que se pensa não amor de sobejante, mas antes sim inteligência, uma dose de flexibilidade e paciência, somente assim se pode atingir o pináculo de qualquer coisa seja ela amor, trabalho ou simplesmente viver em paz.
Quando ambos se tornarem estranhos é que veremos de que é feito o sentimento, de que são feitos os seus corações, de espuma ou de solida convicção, a ilusão é doce mentira, e elas são feitas de excesso, tudo que excede é porque esta fugindo de alguma coisa.

Dedicado a todos os amantes e amores e fazedores de sonhos.
Fraternalmente e quase irritado.

Fabiano.

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