Pesquisar este blog

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Quando nada fala ao coração

“...então prorrompeu uma serie de impropérios e desaforos que tinham por objetivo aliviar seu pesado coração ferido de uma forma tão abrupta, dizia as grosserias que gostaria de escutar como uma autopunição, um autoflagelo para alcançar a pureza da alma, como a maioria de nós que dizemos atrocidades na ânsia de livrar-se de grotescos e primitivas emoções, a ofensa aos outros é puramente incidental efeito colateral de uma fragilidade que não tem ou sabe como tomar caminhos mais sublimes, talvez mesmo seja o termômetro para medir os sentimentos capazes de nos levar a atos impensado, a natural cegueira do instinto, a parte mais desenvolvida de nossas potencialidades mentais.
Porem é importante saber, nada disso vem da realidade de nosso coração, vem de nosso condicionamento primitivo, pode iludir-se de maneira a traduzir estes pensamentos e emoções através de nosso coração, mas a verdade que odiar com todas as veras do coração é um ato impossível por ser um estado de inconsistência dimensionado na verdade naturalmente transitório, pois este estado leva ao auto-aniquilamento da alma, e se existe uma realidade intrínseca pode-se dizer queremos de alguma forma nos preservar,assim sendo tudo é uma questão de tempo que nos leva não a uma conversão espontânea, mas um despertar de si mesmo, da sua real dimensão,de valores existências e sobretudo de uma sede de paz, de amor e de profunda serenidade da alma.
A voz do coração é misteriosa, feita de silêncios o qual não costumamos ouvir,por vezes, preferimos o tumulto de mil vozes vazias quem enchem os sentidos, impressionam aquilo que temos de mais grotesco e que deixam uma abismo na alma. De minha parte posso falar, sou um exemplo do quão poucas coisas falam a meu coração, muitas vezes escuto das vozes dissonoras, inarmônicas poemas repleto de maquiagem, de retalhos,pedaços imperfeitos de tudo que se diz, pensa ou age e com uma total ausência de si, assim sendo para mim existem muito poucas pessoas de verdade, não consigo fechar o numero de minha mão, e não trocaria minha solidão por todas a vozes que dizem juras de amor,clamam, porque nada me toca a alma, meu abismo é fundo demais, a algum tempo atrás já havia escrito de minha total falta de fé nos ser humano, talvez tenha me enganado, tem uma pessoa que confio plenamente, a mim mesmo, os demais...como confiar em alguém que não sabe o que é?Você confiaria em um estranho?Neste aspecto posso dizer que confio sabendo de sua fragilidade pessoal e da sua eminente possibilidade para o fracasso, confio plenamente sabendo das suas fraquezas, portanto não me surpreendem.
As vezes meu coração fala, mas infelizmente ninguém escuta, meu coração fala pelas palavras que não digo, fala pelos meus olhos ao olhar as estrelas do firmamento, quando desejo fundamente o abraço do vento, quando desejo beijar a aura das flores, quando desejo arrancar do teu, do meu silencio as notas mais harmônicas, a musica das esferas, puxa pudera arrancar das fibras de meu coração tudo isto e emprestar meus anseios a muitos, assim fala o coração, não são os lábios que são belos, antes sim o que eles proferem que traduz beleza, não são os olhos belos, mas o que aquele olhar traduz, não é o corpo delgado com vaporosa vestimenta que desperta a paixão, mas é o gesto que o impulsiona de forma impalpável que embora quieta fala a alma, as vozes do coração, como explicar em palavras o que flutua no éter, como tornar palpável aos teus olhos a chama que brilha no fundo do teu próprio coração?
Aprendi com o tempo que quando capturamos o amor ele imediatamente começa a fenecer, suas asas não podem abrir-se em um gaiola dourada,é livre que deve ser e buscar sua própria essência, é livre que deve partir de ti e sondar as profundezas de outrem, sem prender-se, ou encarcerar, buscando a comunhão de serena beleza, deve procurar não a tua presença antes sim a tua ausência, não a tua voz mas teu silencio,não teu corpo mas teu hálito.

Paz e luz em teu caminho.
Com minha benção.

Fabiano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo e inspirador, como quase tudo q tu escreves ,como tudo q tu és!

Anônimo disse...

Prezada Adri,obrigado pelo comentário e o entendo como sendo isto um resultado de seu bom e inspirado coração,a beleza não vem de mim.