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terça-feira, janeiro 29, 2008

Contos de Elevador

Bem, não adianta disfarçar, não mesmo, em um elevador todos ficam obrigados a ficarem constrangidos naturalmente em função do espaço, sim tudo tranqüilo e perdoável até ai,alguns preferem ficar olhando para baixo, outros dizem nada, nem boa tarde ou bom dia, nada, é claro tudo isto é perdoável, o ser humano não é acostumado a ser intimo de outro ser humano, talvez porque a intimidade precise de alguns estímulos externos para que possa vingar objetivamente e Inescrupulosamente,decididamente não quero ser intimo de qualquer pessoa, aliás tem pessoas que eu não quero nenhum tipo de intimidade,cuja a distancia é salutar a todos,sim tudo perdoável, tem também o outro tipo, cujo o silencio é muito incomodativo a ele, então ele tenta de todas as formas naqueles breves segundos entabular uma conversa, inventando todo tipo de conversa que chamamos sem pé nem cabeça, destes eu particularmente não gosto, mas enfim sem culpa, afinal não se precisamos gostar de todo mundo...
Isto aconteceu ontem, eu entrei no melhor e mais seguro meio de transporte que o homem já inventou, o elevador, e fui acompanhado de um senhor, uma garota de aproximadamente dezoito anos e uma senhora em sua quarta idade, tudo bem todos "felizes", é impressionante como o tempo pode se elástico quando as coisas caminham por vielas tortuosas,nos olhamos desconfortavelmente e sorrimos, ai deu inicio ao ataque de “pânico”,o senhor falou do tempo para mim dizendo que estava muito calor, eu respondi dizendo que de fato o calor estava muito quente e que a tendência era elevar a temperatura(detalhe,não estava calor...)então a senhora entrou na conversa dizendo que havia visto a previsão e era chuva depois do calor, sorrimos e eu disse, daquela chuva que molha rimos da besteira seria, e por fim a menina dispara, quer dizer então que vai dar praia? Eu sorri e disse, vai dar tsunami,calor e chuva...todos acharam muito engraçado e tudo isto aconteceu em quinze segundos, felizmente eu fui o último a descer do elevador e fiquei pensativo na porta de entrada da minha casa, um momento breve de reflexão profunda da imensa capacidade das pessoas trocarem besteiras umas com as outras para fugirem de algo,se pudessem estar ali sem estarem o fariam de alguma forma, em breves quinze segundos foi suficiente para mostrarmos nosso lado do transtorno transitório neurótico, e fazer um breve viagem a insanidade, imaginemos se esta viagem de elevador durasse digamos mais de três minutos ?
Em minha fértil imaginação já pensei em um” elevador brother”, as pessoas presas em um elevador, com direito a todo tipo de estresse, a vida real e dura de elevador, alguém com síndrome de pânico, um claustrofóbico,um ablutofóbico(medo de tomar banho), um afefobiobico (medo de tocar e ser tocado por alguém), uma androfobiaca(medo de homens) junto com um automisofobiaco(medo de se sujar), um estenofobiaco (medo de lugares estreitos) e por ai vai, será que preciso acrescentar mais?

Certamente daria um lugar bem "divertido",ambiente profícuo para proliferar a maluquice nossa de cada dia.
Não pense amigo, eu você e todos nós, eventualmente mergulhamos de cabeça nos braços carinhosos da insanidade breve, quando você olha atravessado para alguém, diz palavras duras, ou não diz nada, quando você reclama sem parar, quando esta insatisfeito com á vida que esta se levando, quando você mente para si mesmo coisas para que em breve instante que seja você se sinta mais feliz, quando por um momento você tem vontade de matar o seu chefe envenenado, e outras tantas e corriqueiras situações da vida que nos tiram brevemente a sanidade, bem, baseados nisso e na quantidade de psicopatologias que assim se tornam justamente pela repetição tenha a certeza plena amigo, você é capaz de tudo em maior ou menor grau, quanto é preciso estimula-lo para você odiar alguém? É fácil? Difícil?
Será que é mais fácil estar em paz e vibrar em harmonia, ou nossa tendência mais sórdida é justamente a cisão,o desentendimento fácil, basta uma palavra em momento inoportuno e tudo converte-se em um mar de dissabores, somos muito frágeis e anormais demais, quase nunca estamos dispostos a ver o outro lado da moeda, saber a antítese da historia, ou o que levou a acontecer algo, nossa visão é superficial, é preciso amigo entender o ato do ato.
Então neste breve instante de pensamento, entrei em casa, e claro precisei sair novamente,aperto o botão para chamar o elevador e adivinhem quem estava lá ?

Paz e luz e em teu caminho.
Fabiano.

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