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sexta-feira, julho 20, 2007

Historia de um campo de concentração – Informal

“... quando cheguei na frente daquele prédio imenso de cor parda, um turba ululante ali estava, gritos, gemidos e dor, ao entrar alguns seres abjetos jogados ao solo, semi-nus , semi coberto naquele frio hipotérmico, não havia onde aconchegar-se, eventualmente uns nomes eram gritados e estes seguiam por uma estreita porta, mancos,doentios, alquebrados, patológicos, e mais adiante em meio a mole, bêbados brigavam pela posse de uma garrafa, desafiando-se mutuamente em gestual obsceno em uma tentativa ébria de permanecer em pé, de – repente mais uma sirene alta chega, pessoas correm, outra fogem, mais gritos, mais agonia, a luz vacila em meio aquelas trevas, dor morte estavam presentes ou ao menos a espreita...aguardando..aguardando...ali todos aguardavam, em uma espera sem fim, a passos de eternidade.
Por fim quando conseguiam adentrar a porta estreita, o estreito caminho dito então da salvação, ledo engano, mais espera, mais dor, ali corpos se amontoavam como entulhos, entulhos vivos, que choram, que sentem, que precisam de auxilio, meio aquilo por ironia da vida, apenas duas pessoas de branco, em desespero frenético correndo para todos os lados possíveis e imagináveis, vidas estavam em suas mãos, mas a proporção estava errada duas apenas, sim a morte só poderia sorrir mesmo, e aguardar, ela teria a sua chance!
Este local é o inferno, mas deveria ser o local onde salvam-se vida, pois tratava-se de um Pronto-Atendimento, e ali o espelho do descaso, do desinteresse dos vulto obscuros do egoísmo e do orgulho que embora invisíveis para maioria ali estavam presentes pela negligencia de todos, inclusive minha e sua. Ali sem as mínimas condições pessoas heróicas trabalham, fazendo do improviso a solução, da habilidade o acerto e da falta o maximo possível, criaturas ocultas que precisam tolerar limites, limites físicos, limites daqueles que estão enfermos, e resignar-se em saber que no dia seguinte será igual!
Uma guerra informal, guerra travada sem armas, mas com canetas, com assinaturas, uma guerra de disfarces , de inúmeros inimigos e nenhum ao mesmo tempo, como resolver algo assim?Não há solução possível que advenha arbitrariamente imposta ou totalitária, que se mobilizem as vozes e que digam...não morram mais!Não matem mais! Tenham amor imediatamente!Tenham paz em seus corações!
Isso é a mais doce ilusão que deve e precisa ser mantida para que não abalemos nossa crosta de egoísmo, para que não tenhamos a responsabilidade perante nós mesmos, de ser parte integrante do universo irmão das estrelas e ser o próximo em si.
Mas por agora silencio, quando sai de daquele local, percebi que havia vencido a morte tranquilamente sorri para ela e disse-lhe até uma próxima vez, desta vez eu venci!Nós vencemos.

Dedicado aos heróis anônimos,ocultos que fazem o possível para manter a vitoria da vida mesmo quanto tudo conspira contra.

Fraternalmente
Fabiano.

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