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quinta-feira, junho 28, 2007

Babel

Tive a grata oportunidade de assistir um filme intitulado Babel, muito longe de dar indicação porque certamente este filme não é para qualquer gosto,condicionados a finais felizes e tudo termina em uma festividade onde os maus são severamente punidos e os bons são agraciados por tudo o que consumo humano deseja.Não, não olhe este filme.
Babel fala de fatos aparentemente desconexos, como é nossa vida em relação a vida dos outros ou mesmo do planeta, mas em dado momento está conexão torna-se um nervo exposto, onde um ato aleatório nosso se transforma em ponte para a realidade trágica e na devida proporção descobrimos a dor alheia em semelhança com a nossa, entendemos que nenhum movimento nosso por mais irrisório que o seja, tem seu efeito, mas pela grosseria de nosso sentidos, pensamentos e emoções não temos a menor noção disso, eis a proposta do filme, trazer através da tragédia a percepção profunda que atos imbecis,idiotas e bestiais tem conseqüências em pessoas,lugares onde não imaginamos, quanto mais em nosso interior reino que temos pouco ou nenhum domínio.
Apenas para termos uma noção, a Torre de Babel foi construída pelos descendentes de Noé, com o fito de tocar o Céu e adorar a Deus, bem, do judaísmo a palavra passou a significar confusão, pois afinal tentar construir uma torre que toque o “céu” só pode advir da ignorância que em verdade é a causa de todas as confusões que geramos em nossa vida, temos a habilidade de tornar as coisas mais difíceis, complexas mesmo, por não entendermos os caminhos e conexões que a vida faz, e aqui nem mesmo mediante a lógica que pouco ou nada responde, torna-se mister uma transcendência de paradigma, para captar dentro do caos aleatório a ordem fundamental subjacente a tudo.Da inocente criança que brincando dispara um rifle cuja o projétil atinge despropositadamente a vitima, da vitima que tem seus filhos atingidos pelo conseqüente disparo em efeito em cadeia...Não temos noção pois, a conseqüência daquilo que para tosco exemplo abunda em nossa vida e que não damos a menor importância, que pela compensação da natureza falta a alguém que você não conhece mas sabem quem é.
Nada fica imberbe e nem deve ficar, a inocência que deriva de paginas brancas é a inexperiência se vangloriando de sua virgindade ineficaz, de sua tola castidade, não cria, não gera, não sabe. A beleza da inocência é aquela que deriva daqueles que souberam e sabem exatamente como é a lama e seus mecanismos, e conseguem soerguer-se acima dela e alimpar-se, tua dor, minha dor, nossa dor.Não existem atalhos e nem vias fáceis, a escalada requer força e muita determinação.
Paz ao teu coração, irmão de viagem, Ele nos aguarda.

Fraternalmente

Fabiano.

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