Fiapos de alma

Num mundo onde todos e absolutamente todos querem ser imensos, meu desejo é a solidão e a mais absoluta nulidade, o nada, se possível a invisibilidade, não desejo ter cheiro ou gosto, não desejo ir para direita ou esquerda da vida, não desejo nada disso. Não tem importância que isso não faça sentido algum para você, pois a contestação é uma maneira de ser reflexivo ainda seja a força, pode parar de ler agora!
Já que seguiu, certo que não desejo o que desejas, diga-se de passagem não desejo nada.
E então, ele aproximou-se de mim e disse: Pô, Fabiano tu não vives ou falas da vida real cara?. Sorri e não disse nada, então voltou a carga - e então?Nada dizes? –Sorri e disse, que posso te oferecer fantasma se não um balde de areia do deserto?! Sorriu amarelo, e segui, sim falo de subjetividades e sutilezas pois gosto de perfumes da alma.Queres que fale da pele que sangra ou de coração de geme? Não quero concorrer com os adoradores hodiernos, prefiro a quietude que sempre representa alguma dignidade, ou mesmo aparente profundeza.
Confesso que as vezes me cansa a banalização de tudo, temos a aptidão de transformar tudo em algo excessivamente humano com “alta justificativa”, ao que na fatalidade de tal ato a resultante é sempre o tédio, me entedio rapidamente pois ao contrario que se pensa, para mim todo humano é totalmente previsível, não é preciso pensar muito para detectar a ação obtusa das pessoas, para o guloso a comida, para sexólatra , a transa o sexo, para o bêbado, o álcool, para os viciados em geral a satisfação de seus vícios, isto apenas falando dos mais grosseiros atos humanos, mas temos os mais sutis, que são os mal interpretados sentimentos humanos, o “famigerado” amor, onde se diz com tanta facilidade que chega me causar asco, o perdão imediato,as vezes o ato caridoso que subjacentemente implica em outras coisas, segundos interesses em que a ação pura é uma fantasia, quando buscas algo, seja emocional ou objetivo, qual o teu real interesse ?Consegues realmente saber? Consegues proceder ao ato desapegado?O ser humano é incapaz de proceder a ação pura, tudo visa a si mesmo, sim, mesmo uma mãe que protege seu filhote, ela não o faz por ele embora todas digam isso de forma unânime, o que não deixa de ser uma tradição ignorante, não julgo qualquer ato humano o intuito é buscar a ação da ação, então esta mãe faz que faz por si mesma, porque lhe seria doloroso demais presenciar a dor do filho, ela não quer ele sofra, mas principalmente quer evitar seu sofrimento, questão de pele, mesmo que este filho não valha alguma coisa!
Poderia se interpretado diferente, toda mãe tem sempre culpa, culpa genética, adquirida biologicamente e eternamente responsável o que não deixa de ser um surto.
Onde fica o a ação livre?
O ato desapegado?
O discernimento falta a todos nós, todas essas coisas vivem em nossas emoções em profunda confusão, como algo assim pode dar certo?Mas tudo bem, siga confundindo sentimento, emoções e verdades afinal é sempre mais fácil assim, não é ?

Fique com o Grande Arquiteto
Paz no coração.

Fabiano.