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segunda-feira, abril 09, 2007

Dor maior

Nenhuma é maior que a minha, que a tua, que a nossa, o segundo fugidio que torna tudo intenso e quase insuportável para alma, mas existem as dores perenes, as que vão te acompanhar vida fora, como um osso fraturado que vez por outra da sinal de vida lembrança suavemente aguda.
De minha parte também tenho minhas dores é certo, e sou grato a elas de coração, minha dor é o isolamento, uma ilha longe e distante de todas as outras, não existe elo possível, ponte ou mesmo barco que chegue a mim, ao menos em profundidade, sou um estrangeiro em terra natal e as vezes quase invisível.Tranqüilo, isto não me transtorna, mas me da uma dimensão da exata maneira onde cada um está, sabe, por mais que eu te ame, ou que tu me ames, o espaço é intrínseco onde estás, só ,ocupado por um e ninguém mais.
Teu caminho é só e isolado, ninguém caminhará por ti, existem coisas que cabem somente a ti fazer, e é sozinho que o farás.
Se me perguntas se meu isolamento dói, te respondo que sim, é um lamento pelo profundo, um anseio pela beleza, pela verdade, mas não qualquer verdade, qualquer verdade não me serve,não me satisfaz, não transborda meu cálice, desta taça ninguém pode beber comigo, é só que bebo, e todos os dias, agora, só.
Me dizem uns e a maioria, que tudo isto é besteira, frescura, a vida é mais prática e objetiva, com problemas ditos reais. A estes nada mais digo, aprendi que não vale a pena falar sobre subjetividades para quem as objetividades gritam grotescamente mais alto, perda de tempo. Ando mais calado é certo, o silencio é porque aqueles que comigo argumentam tem pés de barro, olhos de vidro, e punhos de seda. Que fazer, a alguém assim? Silêncio, não vou perturba-lo.
Isto é uma outra coisa, converso com muita gente, e com muita gente que não entende nada, então as vezes me sinto falando com alguma paisagem, decididamente isto cansa, me dá tédio e sono.Tive amigos de infância que comungavam com meus pensamentos, e idéias,e qual a minha não surpresa de ver que aqueles na idade “adulta” , que tinha pensamentos sutis e nobres se converteram, ou melhor se submeteram ao bel prazer ilusório, regozijando-se no lixo.Suas mentes encolheram, seus corações apequenenaram-se, converteram a nobreza e o refinamento em andrajos, em purulência fétida e comum, a tudo e a todos.Não lamento, afinal nada é absoluto, e tudo é exatamente o que é.Nada mais.
Então só, fico eu, talvez com alguns poucos que lêem estas páginas e que adoram me xingar,blasfemar. Obrigado, tua dor também é minha.
Mas antes de ir, deixe dizer algo que vai ao meu coração, saiba que um nível de compartilhamento, refinamento, ideológico, sutil e puro existe, eu o sei, eu o vivi. Portanto há esperança, a nau ainda navega a braços firmes e fortes e é meu desejo que assim o seja.

Um meu cordial carinho a todos.

Fabiano.

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