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quarta-feira, abril 25, 2007

A beleza em Sí.

Não presto atenção em quase nada que me falam, pois vozes dizem muito pouco, ou melhor, elas servem para ocultar a real dimensão do que se deseja expressar, um disfarce pequeno que mais serve para aparência estética, que muitas vezes não fala a alma, letras que o vento leva, ocas e vazias, quando me dizes seja o que for não te escuto, sinto o que não dizes, mas que o teu silencio grita.
Falo de alma, pois poucas pessoas sabem basicamente o que vem a ser isso, a grande maioria pensa nela com um objeto, algo que irá se defrontar quando a morte achegar-se e der seu derradeiro beijo, ledo engano.
A alma é a vida real de todas as coisas animadas e inanimadas, é o que faz amares e por vezes odiares, é o que deveria animar todos os atos de tua vida, sentindo, apreendendo e buscando a si mesmo, na única satisfação possível do ato livre e desprendido.
Não desejo belezas pueris, beleza que a poeira e o tempo podem conspurcar, distorcer e murchar, quero beleza vívida e inerente, beleza que se engrandece a luz do tempo, que torna atos chulos em sentimentos nobres, embora o caminho escarpado para este seja longínquo, lacerante e cheio de dor.
É claro que não falo de beleza objetiva, esta a quem o mundo se vende, o que vejo em ti não é isso com toda certeza, mas antes sim a sutileza, o refinamento o aroma do que há de melhor em ti, é a isso que busco e nada mais.
Desejo que esta beleza aflore em ti e volite, e que ela seja tão sublime, tão inegável que por sua própria natureza, tu não suportes a mediocridade tanto em ti, da tua vida como daqueles que te cercam, que te seja impossível negar a mais profunda e absoluta verdade, como um surtar as avessas, que sopra a sua própria direção para longe e só,e esta para a imensidão de augustos pensamentos e emoções.
Quero embriaguez desta beleza e nada mais.
Mas infelizmente ninguém pode me dar tal jóia, e talvez nem eu a tenha, a depuração é dolorosa e ninguém quer ver morrer aquilo que sempre acreditou, aquilo que passou a vida endeusando, o mito da perfeição ilusória, o totem da sua própria ignorância, assim como um ideal que falece de fome e sede gradativamente.
Mas não se culpe por favor, é apenas uma condição de energia e direcionamento, raras pessoas se interessam por isso embora suas palavras digam o contrário, mas pessoas gostam do que fala mais alto aos seus sentidos objetivos rápidos e primitivos, seus interesses a que não julgo, cada um de nós se alimenta do que pode e necessita, é impossível a um beija-flor alimentar-se de carne pútrida, sua contextura pede o néctar das flores, mas do que você se alimenta mesmo?Desculpe, não deu para resistir.
Mas tudo certo, me sua fealdade mesmo afinal quanto a isso nada pode ser feito, é tudo sem muito sentido profundo e o que você pode fazer afinal?Fique tranqüilo você já aceitou.

Fraternal respeito a todos, belos e feios, dignos e indignos.

Fabiano.

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