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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Festa de Momo...

Onde está minha máscara?Olha os adereços, as fantasias, cuidado com alegoria, nos passos do sambista, o equilíbrio no desequilíbrio, nos rodopios da porta bandeira o mistério de um místico dervixe, na orquestra o ritmado dos tambores, nosso coração pulsa, bate forte, o Carnaval chegou!
Mas é preciso que se entenda bem, sou favorável a tudo que seja inspirador e transmita beleza, este é um momento que o povo brasileiro chega no seu ápice cultural, na sua transcendência, neste momento o “escravo social ” ganha alforria libertando-se dos grilhões da pequenez de seu dia fatigado e limitado,onde quase todos se misturam entoando o hino de enredo, e momentaneamente esquecendo o enredo de suas vidas, é a hora de ser príncipe, princesa, de ser tudo que se aspira, e que em verdade somos muito mais. Este é um ângulo!
A outros pensam de maneira mais grosseira como tudo podemos abordar de inúmeras maneiras, pensam nos festivais da sensualidade que o espetáculo proporciona, nas suntuosas curvas da mulata, antes oculta e agora explícita, sem julgamento, o interesse de cada um é a exata proporção daquilo que se é como ser humano, pode-se tirar uvas dos espinheiros?
Transcendência, essa é palavra, é o sacrifício de alguns para ter o brilho momentâneo de uma super-nova, e apagar-se como se nunca tivesse existido, bem entendido e dimensionado nossa vida é assim, temos nossos picos e nossos declives,hora no alto hora embaixo, poderia ser diferente?Claro que não, viver é transudar com força, quase um parto de beleza, pode-se conceber beleza sem esforço, sacrifício e empenho?Como diz meu amigo Magalhães, você acha que arte gosta de covardes ?
A beleza humana é feita assim
Possamos nós outros, entrar nas avenidas de nossa alma, dançando o bailado constituído de nossas melhores intenções, tirar a fantasia velha e rota de nossos defeitos, vícios,inveja e orgulho, que nossa escola seja o universo, a vida, que harmonia não seja avaliada por nenhum júri, a não ser a mim mesmo.
Paz e bom desfile.

Fabiano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Girassol

"O meu olhar é nítido como um girassol,
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e a esquerda
E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei Ter o pasmo essencial que tem uma criança
Se ao nascer, reparasse que nasceras deveras...

Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo

Creio no mundo como um malmequer
Porque o vejo, mas não penso nele
Porque pensar é não compreender

O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia, tenho sentidos...
Se falo na natureza não é porque a amo, amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama.
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência
E a única inocência é não pensar."
(Fernando Pessoa)

Uma ótima semana
Maria José