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quinta-feira, janeiro 04, 2007

Calor, do frio coração

A criança come o barro pensando comer o ovo. Diz a gente grande: é verme. Não, é fome.
A cena se repete, e ela pode comer o descampado inteiro.
Uma besta rosnando quieta, babando como cão raivoso.
Andemos por esse pátio ausente de morangos.
Dividamos nossas fomes, bebamos nossos próprios sangues.
A cidade é de Deus, aqui nunca é outono.
Nem Bob Esponja faz rir o lábio do menino que descasca. Frieza no sol a pino de quarenta graus.
Amamentemos de fúria a ética inventada pelo homem.
Pois “cuspe” é a palavra inventada para engolir a seco a mosca que nos tornamos nós!

Araripe Coutinho

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