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quarta-feira, dezembro 06, 2006

Relações Sinistras

Amanhecia mais um dia na metrópole, dia comum, dia de trabalho, vida, suor e lagrimas (para usar um chavão). Naquele dia, tudo seria comum, como comuns são os acontecimentos de nossa vida, que por vezes nos levam ao torpor, torpor de fazer as mesmas coisas, sentir as mesmas coisas, quase que inerte e insensível as belezas da vida, ao amor ou pelo simples prazer de existir. Ligado no piloto automático.
Culpa nossa ou não, somos levados a isso, martele um dedo repetidas vezes e no final aquela dor não fará diferença, prazer? As vezes doentio, mas sim.
Tentamos fugir desta sensação de torpor, quase desesperadamente, tentamos dar um tapa no marasmo existencial, e como fazemos isso? Dando um sentindo, ou não dando sentido algum, alguns atiram-se nos prazer sensórios, seja drogas, álcool, sexo ou tudo isso junto etc...outros são mais sofisticados, enveredam por caminhos mentais e intelectuais, religiosos e filosóficos, yogues, faquires e mestres, crença que o amor salvará tudo, ou que o amado(a), no afinal drogas de naipes diferentes.Só.
Existem ainda os radicais, que jogam com a vida.
Fazemos tudo isso para nos sentirmos vivos, para anestesiarmos as coisas que não compreendemos, ou para suportar e dar sentido a vida, tiremos o sentido que irá sobrar?É preciso sobrar alguma coisa?
Imagine, agora mesmo de - repente ,de um segundo para outro você perde tudo que é realmente importante para você, a exemplo, perde trabalho, fé, convicções, família, mulher, marido, tudo, sobrou somente você agora e ninguém mais. Qual é o teu sentido? Isto é uma ficção,jamais acontecerá a você, você acha ?
Você, só há você amigo(a) e nada mais, é isso que não percebemos, o que vivemos é algo que passa e o sentido é circunstancial. Num piscar de olhos passou. Nasceu ou morreu.
É isso que não percebemos a cada dia comum, que cada ato da peça existencial é único jamais será re-encenado, não se repetirá, jamais.
Que de um segundo para outro nossa vida pode mudar, e o importante é viver com intensidade, sem deixar resíduo, ou seja, sem esperar para viver, ter habilidade de não perturbar o curso natural da vida, sentir com intensidade, olhar com olhos de compaixão as pessoas que nos cercam, pois é assim.
De um segundo para outro tudo muda, aquele agora você esta vendo, sentindo, pode ser pela ultima vez, não gostamos de pensar nisso(preferimos o anestésico teórico da pseudo-eternidade).
Hoje estou escrevendo para você no blog, você conta com meu carinho e respeito, o que garante que daqui a pouco eu pare...

Fabiano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Magalhães, claro que não pararei, foi apenas uma licensa poética do drama.Obrigado amuigo.