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sábado, agosto 12, 2006

Uma constatação...

Uma dolorosa observação surpreende o pensador no acaso da vida. Resulta também,mais pungente, das impressões sentida em seu giro pelo espaço. Reconhece ele então que, se o ensino ministrado pelas instituições academicas, em geral – religiões, escolas, universidades – nos faz conhecer muitas coisas supérfluas, em compensação quase nada ensina do que mais precisamos conhecer para o encaminhamento da existência humana.
Aqueles a quem incumbe a alta missão de esclarecer e guiar a alma humana parecem ignorar a sua natureza e os seus verdadeiros destinos.
Nos meios universitários reina ainda completa incerteza sobre a solução do mais importante problema com que o homem jamais defronta em sua passagem pelo Planeta. Essa incerteza se reflete em todo o ensino.A maior parte dos professores e pedagogos afasta sistematicamente de suas lições tudo que se refere aos problemas da vida, ás questões de termo e finalidade...
Com efeito, na Universidade, como na Religião, a alma moderna não encontra senão obscuridade e contradição em tudo quanto respeita ao problema de sua natureza e seu futuro. É a esse estado de coisas que se deve atribuir, em grande parte, os males de nossa época, a incoerência das idéias, a desordem das consciências, a anarquia moral e social.
A educação que se dá ás gerações é complicada; mas, não lhes esclarece o caminho da vida; não lhes dá a tempera necessária para as lutas da existência. O ensino clássico pode guiar no cultivo, no ornamento da inteligência; mas não inspira , entretanto a ação,o amor, a dedicação. Ainda menos obtem se faça uma concepção da vida e do destino que desenvolva as energias profundas do eu e nos oriente os impulsos e esforços para um fim elevado. Essa concepção, no entanto, é indispensável a todo ser, a toda sociedade, porque é o sustentáculo, a consolação suprema nas horas difíceis, a origem das virtudes e das altas inspirações .

Leon Denis Paris, 1908.

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