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terça-feira, outubro 12, 2021

Pau



 

Pau

 

Ele apresenta o pau

Como um espaguete molhado

Enrugado e úmido

Balançando com desejos

O troféu desgarrado das sombras

Em chamas e medo

Tudo é medo

 

Apresenta o pau mole e sorrindo

Como uma esperança tardia

A voz que calou nas dobras do saco

Ele permanece ali sem reação

Espera no hiato do tempo

O que vai ser?

 

Sem palavras ele segura o flácido nas mãos

E diz: vem pela última vez e deu

Como hipnotizado pela situação ele foi

De joelhos em uma oração maldita

Não botou na boca direto

Olhou bem antes...tocou

Deixando o crescimento vir naturalmente

Quando ele já estava meio duro

Carinhos nas bolas e uma língua leve no cu

 

E a poesia se fez

Expondo a cabeça toda

Sendo engolida em movimentos leves

A umidade

O cheiro

O gosto vindo á tona

Como segredando prazeres proibidos

Mas tudo é um roubo

De um piscar de olhos

Ele goza rápido não aguentado a boca sedenta

 

Tudo que está em jogo

Todos já haviam entendido o que viria

E isso não era problema

Ele não engole a seiva

Mas sabe que deu muito prazer

Ambos apenas se olham

Uma última vez

E isso foi um ponto final

Ele enxagua a boca

Ele veste a cueca

No gosto da porra

Foi a despedida

Do que nunca aconteceu.

 

L.F

 

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