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domingo, abril 28, 2019

Uma piroca em mil e uma pirocas




Ela entrava no carro
Com o peso da noite em si
Bebidas, inquietação, drogas e uma minissaia curta
Espécie de pai, filho e espirito santo as avessas
Por sete minutos nada é dito
Ela apenas cruza as pernas
Já sei o final

Não tínhamos nada pra falar... Nunca tivemos
Olhar as pernas dela, era um templo
Imaginar que aquilo era o melhor possível
Que talvez houvesse algo muito melhor que uma buceta acima
Só por isso já valia pena

Mas a realidade desfaz tudo
Coloca os pinguins em marcha
Avança o dente do tubarão
Então ela abre as pernas
Fixa os olhos em mim...
Deixando a mão acariciando
A buceta molhada
Tira de lá e coloca os dedos em minha boca
Gosto ácido, como gosto
Mijo e excitação
A seiva vaginal floresce

Vamos para um lugar qualquer...
Trepamos como locomotivas a vapor
Sem assunto, sem tema, sem emoção, sem nada
O silencio é asfixiante
Vida afivelada em dobras mudas
Respiração apressada como a espera do ultimo suspiro
Ela bebe toda a porra que consegue engolir
E agora quer ir embora...
Aquilo durou o que ? 45 minutos?
Também não quero dizer nada
Somos estranhos que trepam
Numa fronteira sem medo

Ela desce do carro
Caminha languida se afastando
Um eco que jamais existiu
Penso: será que ela existe?
Isso não é importante

Gostaria de ter ejaculado
Por todos os meus orifícios
Boca, ouvidos, nariz, pau e cu...
Para que ela se afogasse em mim
A naufraga na porra de um boneco sebento
Não precisamos considerar um ao outro
Não há cobranças ou reclamações
O lixo carinhoso reclama piedade
Rompendo mordaças triviais
É isso...
Sou apenas uma piroca e ela uma buceta.

L.F

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