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segunda-feira, abril 18, 2016

Amor é uma merda



Amor é uma merda
A Elegância é um desespero que medita


Me deito embriagado
Como um selvagem corsário sem navio
A beleza da vida
Entre escambos famigerados e viscerais
Entregue a beleza falida
Ela aparentemente está dormindo
Estamos no limite de tudo...
Sempre gostei de limites

Acho isso uma maravilha em uma cama confortável
Adormeço como uma pedra com gosto de rum
Sonho com demônios e anjos fudendo em circulo
Gritando palavrões
Um sonho excitante e maravilhoso

Acordo discretamente com ela gemendo baixinho ao meu lado
Masturba-se enquanto estou dormindo
Mas estamos em um estado precário
Trepar ou não já não significa amor ou algo parecido
Ainda sim ela se acha esperta...
Eu não tenho nada
E ainda sim ela queria dar o golpe
Uma buceta vale isso?
Não me importava... deixei ela gozar sozinha
Enquanto eu já sabia que naquela manha
Eu iria embora

Poderia ter lhe falado a verdade, mas é preciso merecer a verdade, então decidi que aplicaria uma punição suficiente...
Sim punição
Ela queria me lograr
Mas como qualquer animal
Tenho o senso de defesa antecipado
Eu já sabia de tudo, puta!
Então, naquela manhã de segunda-feira
Assim que abri os olhos, disse que tinha de ir embora
Com alguma elegância
Pois detesto dramas
Choros
Ranhos
Berros e discussões

-Vou embora Norma...

Ela estava acordando

-Como é?
-Eu preciso ir...
-Por que?
-Tenho coisas pra resolver com a vida

Fui vago como uma nuvem diluída
Como sempre é previsível
Ela, treme...tem raiva, lagrimas e fuma um cigarro atrás do outro
Uma poesia linda de escombros pulsantes
Entre odes de fracassos em orquestração

-Mas porque tu vai embora...

Não respondo, fico em silencio olhando o vago
Pensava em um texto que precisa escrever...
Então começam as agressões, a melhor parte

-TU ÉS MESMO UM FILHO DA PUTA...UM HOMEM DE MERDA QUE TU ÉS...
NÃO FALA NADA, VAI EMBORA PRA TUA CASINHA DE MERDA...

Fico observando, como quem olha o Everest, ela poderia falar o que quisesse
Tudo já estava morto e não costumo chorar sobre cadáveres
Levanto tomo um banho como um ritual de limpeza
Me visto mecanicamente
Ela agora está no quintal olhando a grama
Ainda fiz um exame de consciência para ver se sentia alguma coisa...
Nada
Nada

Mas o final não foi tão limpo assim, quando estava no carro
Ela joga uma pedra no vidro, o vidro resistiu, vizinhos estão olhando
Tudo que eu tinha era o silencio de um olhar vago
Todo final sempre é uma merda, então prepare-se se ainda não aprendeu

Ela entra pra dentro da pequena casa e escuto, bater de portas
Coisas se quebrando, um tornado, mas tudo já estava consumado
Adeus.

L.F


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