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quarta-feira, dezembro 10, 2014

MIJA EM MIM



MIJA EM MIM

Não quero saber como vagam as tempestades
Nem como se agitam as nervuras
Quero o diálogo finito e puro
Que desdobram em ti
Reversos incertos sem moral
Sem pudor
Sem medo
Sem dor

Quero partilhar contigo
A seiva e o fruto
E que sejamos vermes
Parasitando a existência
Simples comida do tempo
Quero você com sangue e merda
Que teu dejeto seja meu vicio
Sim...

Quero beber de ti toda
Intensa
Suja
Densa
Louca
Quero beber do teu mijo
Como se possível fosse te engolir
Inteira

Ela foi então ao banheiro
Deixou a porta entreaberta
Baixou a calcinha...
Me olhou séria
Como a tempestade das nervuras
Me chamou
Fui de joelhos
Rastejante verme
Ela me guiou
Sou o escravo maldito
Enfeitiçado pela necromante...

Ela coloca minhas mãos pouco abaixo da sua xoxota...
Então sorri feliz
Quando sinto cair sobre minha mão as primeiras gotas
Depois o esguicho seguro e forte
Amarelo
Cheiro forte de vida que se esvai...
Linda absolutamente linda
Nem te amo diz mais que isso pra mim
Porque o amor é uma merda...
Nem o destino fudido do caos
Pode verter o cheiro que fica

Ela termina de mijar
E minha mão vai ao encontro
Dos lábios ainda molhados
Molhados...
Molhados
Molhados.

Luís Fabiano.




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