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domingo, agosto 24, 2014

Eu vejo, ela vê e você vê




Eu vejo, ela vê e você vê

Existem dias que são farpas
Outros adocicados
E outros nada

Eu olho pra cara dela e vejo uma vadia
Ela me vê um canalha
E você dois inúteis
Eu vejo a buceta
Ela um coração
Você nem vê

Eu vejo calcinhas fio dental enfiadas no útero partido
Ela vê minha punheta matinal pela humanidade
E você tem uma expectativa

Eu vejo a mãe falida, as tetas flácidas e o bafo de cigarro
Ela acaricia meu grande saco molengo
Você não acredita que eu posso fude-la como a guarda imperial
Eu vejo sua expressão de fúria
Ela teme que o tigre saia da jaula
E você espera que o tigre a devore, com fúria, raiva e insanidade

Isso você vê
Eu vejo
E ela vê

Mas isso me parece tão pouco
Retalhos retorcidos da miséria hedionda
Brilhando em noite punk entre o esperma e o sangue
Você é um expectador
Eu um protagonista
E ela ... puta merda...qual é a dela?

O bom de tudo isso
Que somos os três infelizes
Gargalhando entre as marés e o luar
Não estamos distantes como você imagina
E o que torna mais do caralho nossa relação
É que você fantasia
Eu vivo
E ela vive de sonhos despedaçados

Você é o voyeur maldito, goza quando gozamos
Partilhamos em silêncio
De tudo que o mundo pode oferecer...
De bom e de ruim
Ok?
E a vida não é do caralho? 

Luís Fabiano.


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