Pesquisar este blog

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Marli, Betão e Enrrabando um unicórnio




Marli, Betão e Enrrabando um unicórnio

Parte 1

Que o ser humano é um animal, isto é inegável. Alguns são mais requintados outros deixam a desejar na escala de valores supostamente humanos. Mas também, foda-se...sabem como é, somos o que somos e como somos. Mas lá em tua casa, onde disfarces caem por terra, em tua intimidade hedionda e ordinária... ali você é você mesmo, um pensamento, um desejo, uma fantasia possível...yes. Paredes que cercam...beleza que desmaia em pratos de algodão e tua alma desvela o melhor e o pior, bem-vindo a você mesmo. E antes que me pergunte, caro leitor, sim, eu parto do pressuposto que todas as pessoas são filhos da puta...inclusive eu com muito orgulho.

Mas que fazer? Embora sabendo de nossas merdas, somos inocentes, tenha certeza disso, por que saber é muito distante de entender... saber qualquer idiota pode saber...entendimento é amadurecimento mental...

Marli se senta a minha frente, esta com o rosto amassado de tanto chorar. E lá estava eu novamente um personagem sem querer ser da merda alheia. Diga-se de passagem... não me convidem para participar de suas merdas viu humanidade? Agradeço. Me convidem para beber, me convidem para fuder, me convidem para uma suruba com extraterrestres...

A cama desarrumada em um cenário de guerra, as marcas do amor ainda presente naquele ambiente, o cheiro de sexo insano... em paralelo a dor quase desumana de um amor que explodiu como hemorroida infecta entre a merda e o sangue com aquele cheiro típico da infecção:

-Porra Marli que o que houve afina?

Ela sugava o muco nasal, e secava as lagrimas...a dor tem uma cara feia, não tem dúvida. Então respirou forte:

-O Betão... Fabiano... o Betão... quer dizer...já nem sei mais se é Betão...
-Sim teu marido... e ai ?
-Marido? Credo...deus há de puni-lo...pelo que fez...

Porque as pessoas enrolam tanto para falar?  Eu não sou assim... gosto de ser um pingo de ácido na pele.

-Eu cheguei em casa mais cedo hoje... e o que eu vejo Fabiano? Vejo o Betão de rabo aberto para um cara enorme...grande mesmo em todos os sentido... o Betão gemia como uma cadelinha no cio... eu só dei um grito... e tudo virou o caos...o homem que eu amava não é homem...

É uma merda você ser uma pessoa calejada. Já passei por algo semelhante... cheguei em casa mais cedo...e minha suposta mulher tava dando para o primo dela...em nossa cama. Mas eu não me tornei violento... e acho que isso os assustou mais. Eu sentia em mim... uma corrente fria percorrendo o corpo todo...e cabeça pensando com uma lucidez de um iluminado... não fiz nada... sentei na cama  e fiquei olhando como um anormal.

-Mas Marli... faria diferença se fosse uma mulher? É traição do mesmo jeito...
-Isso explica tudo Fabiano... a gente não trepava mais...a muito tempo...eu era uma fachada sabe? Era uma mentira de casamento...
-Bom Marli...conheço muita gente próxima a mim que tem casamento de fachada...o casamento mesmo já deixou de existir a muito tempo...

Marli convulsiona em um choro de uma criança que perde a coisa que mais gosta...eu a abraço um pouco, mas será o tempo que vai fazer as coisas passarem... as vezes nem ele. Que merda. Marli chora muito...treme, não tenho como tirar a dor dela. Olho para ela novamente... é uma quarentona inteira... cabelos pelos ombros, boas tetas, bem vestida...mas a felicidade não esta nisso né...
Espero passar um pouco sua reação e proponho:

-Marli...um drinque forte?
-Agora? Mas é de tarde...
-Marli e o que é que tem, depois deste ocorrido...

Sei que beber não resolve...mas você ganha um tempo para si mesmo, para acostumar-se com a nova situação... depois... no outro dia... você resolve...se vai matar o Betão...se vai deixar assim mesmo...e dar o troco de forma homeopática...

O importante é não ter pressa... não tenha pressa para decidir nada, uma decisão que vai mudar a tua vida e a vida e outras várias pessoas...e quando tomar a decisão, sinta-se tranquilo e verdadeiro, pois não haverá arrependimento.


Luís Fabiano



Nenhum comentário: