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terça-feira, agosto 20, 2013

Fim.




Fim.

O corredor estava cheio
Pessoas de branco e preto
Sons de lamúrias
Choros
E preces
A canção que aperta o peito

Você sabe...
Um dia soube...
É a hora
Fui visita-lo...
O lençol branco
Limpo...limpo...
Cheiro de remédios e borracha
Tubos e líquidos diversos
Uma apoteose às avessas
Seguro sua mão fria...aqui...
Ele me sorri...
Um sorriso que não conseguimos fazer no dia a dia

Traço único das energias que se vão
E durante uns minutos
De um tempo sem tempo...
Não dissemos nada... absolutamente nada
Eram olhos
Lagrimas mudas

E um véu descendo lentamente ao fundo
Como as luzes que se apagam
A vela tremulante ao vento...
O vento soprando as velas da nau
Ancora sendo erguida
Asas se abrem
E os olhos se fecham...

Neblina passando entre meus dedos...
Aroma que não se captura
Visgos da memória
Sulcando
Sulcando
Sulcando.
E você virando pensamento e emoção
A tua vida agora não está por fora
Mas dentro de mim.

Luís Fabiano.




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