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quinta-feira, janeiro 17, 2013





Sem dor e sem Esperança

Nutre em ti o que não se nutre
Dispensando as sombras tardias
Nos entardeceres sem nexo, sem sexo, sem gosto
Tempo que não se perde
Afagando tuas asas tolhidas ontem
Num zíper entre aberto
De lembranças sem fim
Manchas que se apagam em um criado mudo

Não...
Estende tua teia luminosa
Seiva e lagrima
Na ausência de todo o segundo querer
Ancora tuas verdades
No que brota naturalmente...
Em simples beijos
Em desejos gratuitos
Em belezas escondidas

Creio sim...
Que dentro de ti e de mim
Há quartos não visitados
Camas não dormidas
Chamas serenas que não se apagaram
Impecáveis vitrais coloridos feitos de teus sonhos
Casulo onde segredamos, o véu das dores desfeitas
O nó, sem nós

Sim...
Somos o fauno do labirinto tremulo
Lama querendo evaporar
Nestas vias  meio perdidas
Somos o que somos
Unhas, dentes e espirito
Ternura em desafio, num declive de angustia
Rompendo os elos da cegueira
Com o daninho fenecendo

Nem esperança
Nem dor.

Luís Fabiano

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