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domingo, janeiro 13, 2013



O que desaparece

Me incomoda um pouco como as coisas desaparecem...
Areia do deserto virando nada
Os rastros ficando invisíveis
As trilhas perdidas de si mesmo...sem ancoras
Sendo engolidas por outras coisas
A mancha de batom na gola, sumindo a cada lavada...

Não gosto de copos vazios
Espaços vagos por longos períodos
Arranhões se apagando na pele
Lembranças que foram cultivadas com carinho
Fortalezas em musgo, aceitando a digestão do tempo
Aquelas pessoas que foram como foram...
Tornaram-se diferentes hoje...
Como o dente da serpente
A presa em mim e em ti...

Gosto das ondas do mar
Jamais se repetem
Uma nova onda, uma nova onda e outra nova onda
Mas que não te deixa só
O perene traço que não sepulta formas
Como o milagre a cada respiração agora

Um aquário de peixes...
Que morreram um a um...
As virgulas faltantes de um texto...
O castigo que não sabemos de onde vem
Nos fazendo sofrer por algo errante...

Sim tudo desaparece
Nos também iremos desaparecer
E isso só terá sentido
Se você fez algo que valeu a pena...
A pena a dor, o amor, o semblante de satisfação
Não tenha pressa...
Mas faça.

Luís Fabiano.

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