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segunda-feira, janeiro 21, 2013



Homicida, carinhoso e taras descontroladas
Parte final.
  
É muito estranho, mas em locais onde você não espera, alguma espécie de devoção a coisa acontece naturalmente. A devoção dos pecadores ao pecado, dos viciados ao vicio, dos sanguinários para o sangue, dos vaidosos para consigo mesmo.

Gonzaguinha consegue fazer a gente escutar a musica... E aquilo vai calando fundo, como inegáveis furacões de nossa solidão, a zona silenciosa de nossos pensamentos.
Ela olhava Gonzaguinha, eu a observava... E aquelas pernas que muito embora finas, eram uma promessa... Uma sagrada promessa que lá em cima... acima daquelas joelhos, acima das coxas... Existia um “Everest vaginal” talvez algo melhor que isso... Lá em cima deveria haver algo mais lindo que uma buceta.

Um Grito de Alerta se encerra, e todos voltam ao normal. Tenho a impressão que sou um insensível, muitas vezes... Não me interessava Gonzaguinha... E sim as pernas daquela linda... Tenho vontade de falar com ela... Tenho vontade que ela me chupe, e não diga absolutamente nada... Tenho vontade que ela em trague e coloque a buceta na minha boca... Que eu lentamente beba sua seiva gostosa, seu mijo e nada mais faça importar... Que sentimentos e virtudes sejam esquecidos... Apenas nós, e a nossa mais real e profunda animalidade.

Gosto disso. Acho que muitas vezes, as merdas emocionais atrapalham tudo, principalmente porque não sabemos nos dar, e não entendemos muito bem como receber.
Lembro que uma vez, disse para uma ex: as emoções são trocas de favores. Ela não gostou muito disso. Mas época pareceu bem justo. Não me arrependo do que disse... Quando não se sabe dar... É isso mesmo... Quando você espera algo em troca... Bem... Isso já significa que tem um preço. Portanto... Foda-se. Por vezes sou especialista em ser filho da puta.

Ela ficou fumando o cigarro, e eu perdido em mim. Pensando se falava ou não. Explico porque dessa duvida. Creio que passei do tempo de contar historinhas para comer alguém. Não gosto mais disso. Gosto de fuder, de fuder bem... Incansavelmente por um tempo sem tempo, gosto que minha língua percorra sulcos e frestas úmidas, gosto do cheiro, do teu cheiro forte de amor, sovaco e urina, gosto do gosto ácido da tua xoxota, não lavada de um dia inteiro... Eu selvagem, brutal e grosso, e nestes momentos quero que a alma se foda... Quero que todos se fodam... E que todos possamos fuder, ao som de Ave Maria de Bach.

Finalmente ela voltou o olhar para o lado que eu estava. E ficamos nisso um tempo. O maldito bar começava a ficar barulhento... Pessoas vão chegando de madrugada. Chegando “cheradas”, fumadas, cheias de anfetamina, bêbadas mas felizes ao que parece. Finalmente sorri pra ela, ela também... Isso já é um sim. Ela no balcão e eu na mesa. Normalmente eu não levantaria da onde eu estava, ergueria o copo e apontaria o lugar vazio... Mas quebrei meu protocolo. A puta merecia.

-Oi... Tudo bom...
-Oi.. Sim, sim... tudo bom...
-Escuta aqui linda desconhecida, tem uma cadeira sobrando na minha mesa... Acho que lá... vais ficar melhor lá... E eu também.
-Hummm, um gentleman... Coisa rara nos dias de hoje...
-Às vezes... Sou normal...

Ela levantou e sentou-se a minha mesa. Precisamos muito pouco para nos sentirmos os caras. Creio que isso, é melhor que uma foda, ela sentada a minha mesa, a Monalisa da madrugada no Louvre de catástrofes. Minha noite sem pretensão alguma, brilhava possibilidades loucas. Mas é importante gozar com a própria pica. Pedi mais um copo pra moça, e deixei fluir a merda.

-Então... Moça... Sozinha, de madrugada... Vagando... É estranho isso né...
-Tu achas? Tu também estas sozinho aqui... Vagando... Isso é estranho...

Achei um pouco estranha a voz, liguei minhas antenas.

-É tens razão... (ergui as sobrancelhas em uma interrogação muda)
-Hum... Leona, muito prazer?
-Fabiano... Seu criado.. Até que Deus queira...
-Nome forte... Tu és forte?
-Há essa hora? Pouco provável, esta hora eu sou bêbado, essa hora não me preocupo com ser forte ou fraco...
-A noite é um perigo cara...  Eu sei o que estou dizendo...
-Nem sempre... A gente só se torna agressivo, quando é necessário... Mas comigo isso nunca acontece, eu sou o cara, que é um saco de pancadas sabe, um Mané, ta ligada?
-Sei, sei... meu ex-namorado era assim, esses são os piores. Ele quebrou meu braço, isso fez o amor acabar.
-Você mereceu?

Houve um silencio que era capaz de diluir ferro.

-Acho sim... É sim mereci...
-Tudo bem... Às vezes é preciso admitir... A violência acaba sendo uma consequência... As vezes não há maldade, sabe é apenas paixão insana, ninguém ta livre disso... Detesto pessoas passionais.
-Tu parece ser um cara inteligente...
-Tu és muito gostosa...
-Tu ta me deixando constrangida...
-Tuas pernas parecem uma promessa de felicidade...
-Tu não sabes com quem estas te metendo cara...
-Nem quero saber...
-Tu és maluco cara?
-Um maluco capaz de te fazer gozar muito...
-Pretencioso demais...

Aquilo era vertiginoso... Gosto disso. Era um papo, que nos levaria a um beco sem saída... Sem saída é as vezes a única solução. É a vitima da aranha, enrolada na teia, o cão atropelado no asfalto gritando em agonia terminal, a nota final de um sax, a virgindade rompida sem dor... A primeira tragada do cigarro.

-Não... É disposição...
-Não quero fuder contigo Fabiano.
-Tudo bem... A gente sempre tenta... Muitas vezes funciona, é sorte, como tudo na vida...

Então ela pegou a garrafa de cerveja e nos serviu mais um pouco... Antes porem, me olhou fixamente nos olhos, e introduziu o gargalo da garrafa na boca até onde pode... Simulando um boquete de vidro... Lembrei-me do filme garganta profunda... Uma obra de arte em capacidade de engolis pênis superdotados... Fiquei de pau duro na hora.

-Ei garota isso não se faz - eu disse.
-Gosto de provocar... E depois...
-Deixar na mão?
-É... Mas eu ainda to avaliando se vale a pena... Vou até o banheiro... Mijar agora.

Gosto de mulheres que falam assim. Ela levantou e puder ver aquela bunda se afastando, uma bela visão. Não entendo nada de amor... Mas acho que estava amando. Amanha pela manha iria passar. Mas nem tudo é assim. Era muito papo para nada. Raras mulheres são objetivas, raras se comportam de forma direta e em linha reta... Tudo precisa uma abreviatura introdutória, feita de conversa fiada elas tentam ver se você vale a pena pelo papo, mas o papo só serve pra enganar. Elas podem estar com vontade de fuder... Mas a buceta é como um cofre, e as besteiras que você diz pra ela é o segredo... Sendo decifrado. Comecei a rir sozinho, felizmente a grande maioria das pessoas não imagina o que penso sobre elas. Melhor assim.

Ela voltou e sentou e foi dizendo.
-Bem querido tenho que ir... A vida de uma garota de programa não é fácil...
-Bingo...
-Algum problema?
-Nenhum... Tranquilo, seguinte Leona, eu to indo também... Então tudo certo.
-Pra onde tu vais?
-Para casa, dormir o sono dos punheteiros...
-Sério? Bate punheta?
-Sempre... Como diria Woody Allen- “a masturbação, é fazer sexo com a melhor pessoa que pode existir, você mesmo...”
Risos. Paguei a conta e ela me deu uma carona até o meu ap.

Era um carro de mulherzinha mesmo... Extremamente limpo, perfumado quase uma igreja. Ela estaciona na frente do prédio e desliga o carro. Fica me olhando com aqueles olhos amendoados... E como a natureza faz o jogo certo, nos beijamos silenciosamente. Um beijo quase apaixonado, e minha mão percorrendo aquelas pernas, subindo lentamente pelo joelho. Puta fantástica. Subi por aquela coxa lisa até a virilha, tocando naquela xoxota por cima da calcinha... Uma micro calcinha. O Deus... Aquilo era ótimo. Existem coisas na vida que vale a pena morrer... Nos esquentamos um pouco mais, ela não se fez de rogada, pegou meu instrumento e colocou na boca, como a garrafa de vidro.

A madrugada estava tranquila, um taxista nos olha diretamente, talvez esteja batendo uma punheta diante do espetáculo gratuito. Não me importo com os outros. Ela sugou com veemência, e meus dedos passeavam naquela xoxota sem pelos e apertada. Ela sugava com tamanha habilidade, intercalando o movimento de introduzir na boca com a sucção exata, aquilo foi bom... Uma chupada rara.

Gozei, ela engoliu tudinho, como o demônio toma a tua alma, e o céu nos conduz ao paraíso... E um caldeirão das bruxas incendeia os campos elísios.
Sorri pra ela. Então ela limpa o cantinho da boca, e com um olhar estranho me diz:

-O que tu achou?
-Tu és realmente profissional Leona...
-Não to falando da chupada... Mas da minha xoxotinha? Gostou?
-Sim... Muito... Por quê?
-É porque estou operada faz dez meses hoje... Tu achas que ela ficou perfeita?
-Operada?
-Sim... o meu nome era Jorge... Hoje tô carteira de identidade como Leona...

Puta que pariu. Ela era mais mulher que muitas mulheres que comi... delicada e um pouco fresca é verdade... Mas muito bonita.

-Olha Leona... Tu estas ótima, se não tivesse me falado jamais saberia... Tua buceta ta perfeita.

Ela se emociona. As pessoas se emocionam com cada coisa.
A noite estava fantástica.

-Então Leona... Obrigado por tudo...
-Torno a te ver?
-Se você quiser, tudo bem.

Nos beijamos  e ela se foi. Sentei nos bancos do prédio. Olhei as estrelas... E o taxista parecia feliz... Carros não circulam as quase cinco da manha... Tudo parecia estar em prefeita ordem... Tive vontade de adormecer por ali, talvez para não deixar escapar o momento. Mas a vida não é assim.


Luís Fabiano.

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