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sexta-feira, dezembro 28, 2012




Sonhos defeitos, merda em festa, e um cu que explode

Dias mais serenos estes. Dias que antecedem um ano supostamente novo. Sabemos que não há novidade alguma em nada, tudo é uma convenção formal, um ritual meio mórbido para passar a meia noite, e no segundo após das doze badaladas, é tudo a mesma merda.

Mas acho isso bonito a distancia, as pessoas fazendo seus planos, esperando o mundo ser melhor, esperando ser felizes, tentando emagrecer, talvez acreditando num amor possível e outras tantas idiotices naturais de um ritual. Tudo bem... As pessoas precisam disso, eu não. Tenho me trabalhado na desconstrução de todas estas coisas. Não sei exatamente aonde isso vai me levar, pouco me importa também, apenas venho dia a dia deixando em crer, no que todos creem, de fazerem as coisas como todos fazem, de esperar exatamente o que todos esperam. Foda-se. Se a voz do povo é a voz de Deus... creio que estou ficando surdo.

A natureza não faz planos, ela apenas corresponde ao que lhe oferecemos. A vida funciona mais ou menos assim, mas com seres humanos existem outras variantes. Atenuantes e agravantes. Porra, com o ser humano tudo é mais complexo. Existe uma luta travada sempre, daquilo que verdadeiramente somos, e daquilo que pretendemos ser, os ideais em sua grande maioria irrealizáveis, que desembocam em nada.

Olho para minha garrafa de rum,  pela metade, isso me deixa feliz, neste segundo eu não preciso de nada, nada mesmo. É isso, viva momento a momento. E tome um gole de rum. Eu ficaria nisso eternamente, quando o celular toca. Consulto as horas, são duas da manha. Não tenho sono, a rua esta quente, calor humano e calor real, de um tempo infernal. Atendo a merda do telefone:

-Sim...
-Oi Fabiano... tudo bom?
-Soninha... Mas que beleza... E aí, a que devo a honra?
-Que honra Fabiano... Te telefonei porque quero fuder... fuder agora, tá afim?

Gosto de mulheres que sabem o querem, decididas, firmes e sem frescuras, são raras ainda. Conheci Sonia há um certo tempo, é uma boa amiga, ela não deseja nenhum envolvimento emocional e nem tão pouco eu. Ótimo. Apenas gosta de trepar como uma louca. Então depois, ela desaparece como uma nevoa, por um bom tempo e fica tudo bem. As vezes manda uma mensagem. Não é casada e nem tem namorado, gosta de uma outra mulher. A Sonia é uma negra alta, forte, com seios fartos e cabelos cacheados. Tem um cheiro próprio, que não é perfume, é da raça. Gosto do cheiro de suor. Sempre de vestido e com uma calcinha minúscula. Se oferece de quatro e deseja que eu empurre até o talo. Grande puta, grande vagabunda a cadela emancipada, em uma noite fudida, rompendo as estrelas fudidas num céu feliz e fudido.

-Com certeza Sonia... Eu até fiquei de pau duro de pensar nisso...
-Hummm ótimo, tu és meu comedor Fabiano... Comedor oficial... E a outra comedora é Jessica... Eu amo ela... há,há,há...
-Sei Sonia.. E ai? Ela vai vir junto?
-Não. Eu te pego ai... Tudo bem?
-Tem rum na casa?
-Claro meu negro... Claro que tem, tudo que quiseres... rum e buceta tá bom assim? Mas acho que não vamos para minha casa... vamos aventurar...
-OK.

Ela estava no cio. Perfeito. A vida deve ser assim, sem força, instinto e natureza. Fica meu conselho: foda com tudo a tua volta, sem dó ou piedade, mas com intensidade.
Desligo o telefone e sirvo mais uma dose caprichada de rum. É como veneno incendiando as veias, fazendo víboras dançarem no estomago .Toco no pau, ele esta bem, meio duro, abro a calça e dou uma boa mexida nele, ele se anima mais, engrossa, e a cabeça fica molhada. Bom menino digo eu... Eu sou um filho da puta, e o pau é meu cumplice.

Termino a dose de rum e coloco uma camiseta preta. O celular avisa que Sonia esta embaixo me aguardando. Desço.

-E ai Soninha... tudo bem...
-Claro... vem, entra ai... que hoje tu és meu...

Ela esta com a cara de tarada. Possivelmente se drogou um pouco. Ela gosta de aditivos fortes para animar as coisas. As vezes fica meio insana, mas não nega uns bons tapas na cara e na bunda.
Entro no carro e vamos nos esquentando... O vestido branco vai subindo pelo meu toque... Minha mão pelas pernas, subindo lentamente ate a buceta... Sem calcinha... e molhada. Ela me beija, eu enfio dois dedos nela e depois tiro colocando-os em minha boca... O gosto é ótimo, ácida e melada, mijo e suor, a vida não poderia ser melhor?

Nos dirigimos para o motel mais próximo. Éramos jatos alados de desejos vulcânicos numa erupção eminente, que se exploda o mundo, que se foda o universo. Éramos puro desejo, Sonia é o tipo que não se prende nada, um trem bala sem freio, ela dá vazão a tudo que sente e tem vontade de fazer, ao contrario da grande maioria as mulheres ela não teme experimentar nada de novo, e se der merda deu...

Quando entramos no quarto, luzes apagadas, roupas despencando no chão, tapas, fúria, ela me chupa com voracidade agarrando pelas bolas enfiando os dentes no pau...  Coloca inteiro na boca indo até a garganta, é uma cavala. A coisa foi ficando mais insana, o rum e as drogas faziam o efeito do soro da verdade... Éramos brutais, grosseiros, agressivos e queríamos arrancar o orgasmo um do outro, fosse como fosse... Vadia, cadela eu dizia, ela por sua vez... gritava em desespero: filho da puta... Seu puto de merda... Me come, arromba minha buceta... Quero que o útero exploda de porra... cutuca meu útero...arranca ele daí...

-Nada disso puta... Vou comer teu cu... Agora...
-Não... não...cu não...por favor...

Falar assim me deixa mais louco.

-Ta com medo? Que porra é essa... É cu sim... e agora...

Ela não resistiu nada... Virou de quatro, cuspi no rabo dela e o dedão entrou fácil... ela sorria... Num desespero, como uma poesia linda de final de mundo. Eu me sentia um animal, tigre indócil despejando a fúria numa ânsia sem fim, éramos um molho de suor, o cheiro forte de cuspe, líquidos vaginais, esperma e merda. Enfiei no cu, lentamente, abrindo o olho de Tundera, fazendo o movimento mais rápido... que cu fantástico... Ficamos nisso um bom tempo, então ela começou a dar indícios que estava gozando... Havia desespero e algo que na hora não percebi... Então gozamos como animais no cio, eu um touro ela a vaca maravilhosa... A mimosa de minha vida... então ela diz:

-Vai tira... tira de dentro de mim isso... Seu puto de merda... tira rápido...

Tirei rapidamente... Então como uma bomba tivesse explodido... Uma golfada imensa de merda encantada voou sobre mim... A cama, as paredes e o teto... Uma explosão de merda... eu fiquei do pescoço para baixo tapado de merda... Como um boneco de cera derretida... mas era merda. Já tinha me acontecido algo semelhante com outra amiga... Mas nunca naquela intensidade.
Sonia foi acender a luz e quando viu... Ficou sem saber o que fazer e dizer... 

Eu comecei a rir... a gargalhar... Eu era um boneco de merda fresca... o cheiro não era dos melhores, um boneco fedido.
-Fabiano... que isso...
-Relaxa Sonia... Isso pode acontecer... Afinal é um cu... Isso tudo saiu de ti...
Sonia agora conseguiu rir, um riso nervoso pareceu.

Havia merda por todo lado... Eu fiquei pensando: mas essa moça devia estar com uma prisão de ventre, há uns dez anos? Ri... Fabiano o purgante, o supositório gigante... Fiquei olhando para os lençóis que um dia foram brancos... Acho que a foda havia acabado naquele instante.
Fomos para o banho e levamos os lençóis junto. O cheiro era algo. Parecia que o quarto inteiro havia se transformado em uma privada imensa.

Eu me sinto tranquilo, afinal foi um acidente da situação... Mas o importante que havíamos gozado. Sonia é maluca, mas não sei como ela vai reagir depois que ficha cair. Talvez a merda tenha entrando também na cabeça dela... Estava meio catatônica... Mas não sei por quê.

Uma hora de banho depois, estávamos tão limpos quando nascemos nesta porra de  mundo. Os lençóis também... Limpamos como deu a parede... E o espelho... Deixaríamos  algumas  marcas para a mulher que faria a limpeza... Ela já deve ter visto coisas mais estranhas isso... Pensei

Quando saímos do motel, estávamos calmos, como que sedados, energia demais gasta, na foda e na limpeza talvez. Sonia me deixa em casa, nos despedimos como um beijo frio:

-Fabiano... Meu cu ta doendo muito cara...
-Sei... A culpa é da merda que saiu dai... (risos)
-Acho que ta rasgado... e bem rasgado...
-Não... Não havia sangue... Quando rasga existe sempre um bom sangramento... Já vi isso...
-Que bom.. Menos mal... Imagina eu ter que costurar o cu?
-É... Boa noite Soninha... Fica em paz.
-Tchau Fabiano...

Ela não estava muito animada. Me sentei no bancos do prédio, olhando as estrelas... a lua. Noite fantástica essa. Um cachorro vem e começa a cagar na calçada, exatamente bem na minha frente... Eu começo a rir.



Luís Fabiano


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