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sexta-feira, dezembro 28, 2012




Desconstrução

Um tijolo escorre errante...
Beijando o solo com ternura
Meu querer vasculha um sorriso
Entre a densidade de voláteis certezas
Como uma seta rasgando a distancia
Ferida a parede cimento sem pele

Não quero mais o teu entender fácil e frágil...
Quero teu amor desconexo, doentio e rancoroso...
Onde nada tem haver com nada
Tua passividade doentia
Na conformidade de medos que ecoam
E o que aprendeste durante toda a tua vida
Violando a estrutura, concreto cravado no espirito
Teu Deus criado a imagem e semelhança de pecados e dores
O demônio sapateando em tuas vísceras amanhã...

Nem filhos ou lágrimas feitas de dor, dor e mais dor
Mas que merda...
Na estreiteza de como se entende o viver...
Não... e sim para além de certos e errados...ou...
Quero a implosão das virtudes mais sagradas
Quero que o pecado saia da cruz as risadas de deboche
Quero o que não quer ou deveria querer...
Um desfiladeiro arrancando meu medo
O arame retorcido o elo que enferruja

Inseguranças, incertezas, duvidas e fracassos sublimes
Riscando um horizonte, que a paz galopa para longe...
Quero teu sorriso falso e amarelo
E o teu pior... cinismo, maldade e vaidade...
Quero os requintes da tua crueldade infinita...
Quero a mentira fudendo com a verdade
Num estupro divino...
Lixo fétido entornado sobre a mesa do almoço
E esperanças perdidas, sim... Todas elas... Estranguladas

Então vem o silêncio... Sim... isso.
Uma agonia tão intensa
Que lágrimas se espreitam, estreitam e se acomodam...
Agora  algo é possível...
Na aridez impossível da ausência minha e tua...
O visgo encontra teias reais...
E da solidão mais profunda... eu te quero
Tua multidão te afaga

Nascedouro de feridas que secaram...
Orvalho diáfano que parte livre em ti
Tua fenda tua alma
Se acabando em vazio e paz
Pois não há mais  inimigo
És a fecundidade prima de meu encanto
Ninho de minhas raízes
Face ao sol.

Luís Fabiano.


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