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terça-feira, outubro 30, 2012




Cigarro

Cada alma com seus vícios
Uns preferem amor e comida
Outros a dor sadomasoquista entres os gritos de felicidade
Porem ela me parecia fantasticamente nervosa
A observei por longo tempo

Acendia um atrás do outro
Cada tragada... uma chaminé incandescente
Pensei comigo: vicio é uma merda, ele acaba com o prazer do único
Como os dias que se fica junto, e se repetem fatais
Monotonia do esperado, em curvas jamais perigosas
Quadros abandonados na parede
Cuja beleza ninguém percebe mais

O que será que a motivava assim?
Talvez quisesse fumar caralhos pegando fogo?
Picas fumegantes de porra estelar
Delirando num eterno orgasmo oral?
Será que as fumantes, chupam melhor?
Eterna duvida

Tive vontade de levantar de onde estava e perguntar a ela
Mas as pessoas são muito sensíveis
Cheias de recatos com estranhos
Achei melhor ficar com o álcool
Ninguém gosta de alguém tão direto, você gosta?
É preciso uma cortina de fumaça
Feita de solidão, sedução e merdas existenciais

Fico assim mesmo
Por fim tudo era simples e previsível 
Como qualquer ser humano
A namorada dela chega...
E dão um longo beijo repleto de saudade, abraços e carinhos
Ficam se olhando um tempo, num misto de ternura e paz
Ela para de fumar
Existe certa quietude no ar
Nem isqueiro ou fumaça
O sentimento preenche o lugar
Talvez elas tenham deixado um vicio por outro
O cigarro foi abandonado
Agora nada mais importa.

Luís Fabiano.

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