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terça-feira, setembro 18, 2012





Hemorroidas do amor

Ela sorria como uma claque
Besuntada de falsidade até a alma
Mais uma vez eu estava ali
Um otário que caiu de gaiato, por causa de um rabo...
Sentindo-me o mais foda desta galáxia...

Às vezes é assim...
Quando você trepa com três ou cinco mulheres por dia...
Algo você tem que sentir
Era uma daquelas noites que prometia o céu
A bebida havia feito o trabalho mais duro
Amolecer tudo, tornando o errado nem tão errado
Tornando tudo muito normal...

Chicotear cavalos, aprisionar um ao outro com algemas
Brincar com uma faca na mão, cuspir um na cara no outro
Estávamos só nos esquentando...
Por fim ela quis ação de amorzinho gostoso
Disse: me come como uma égua no cio
E eu relinchei pela eternidade...

Não perdi tempo e fui em direção ao olho cego
Conhecido como: O lágrimas de merda
Quando toquei lá, ela gritou como uma cadela em desespero
-Que foi – eu perguntei.
-Eu to com uma baita hemorroida aí cara...
-É? Deixa eu ver.
Quando olhei sorri.

Aquilo estava pra fora, como as pétalas de uma rosa dilatada
Um estrago fissurado de um anjo arrombado
A nona sinfonia com ganchos de sangue ao anoitecer
Fiz um carinho leve com os dedos
Ela havia coçado muito... Dizia que gostava de coçar
Qualquer coceira é meio que um sexo consigo
Quando tem alguém pra coçar... melhor ainda

Ela empinou mais a bunda
E naquela noite linda e chuvosa
Tudo que fiz foi fazer carinhos em sua hemorroida
Como se afagasse sua alma vazia
Reguei sua flor com meus desejos mais limpos
O pássaro pousou em voo
E os gemidos serenos, misto de prazer e angustia
Nos levaram a outra margem
Para além do cu-flor.

Luís Fabiano


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