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sábado, agosto 25, 2012




Navalhadas Curtas: Tanto, por tão pouco...

-Eu não quero nem saber... É dever do supermercado me dá sacola pra “leva” minhas coisa...
Ele estava furioso, rosto congesto, boca babejante, dentadura quase caindo... E querendo briga com todos os atendentes. Fiquei olhando pro tiozinho:

-Chamem... O gerente, tem gerente aqui né? Ou eu deixo as minhas compras aqui... Mesmo, ô guria (pro caixa)... Zera a conta aí, que se não tem sacola, vou “deixa” tudo aí... Não quero nem saber... Que fechem esta merda super...

A gerente pálida veio:

-Senhor, se acalme por favor, tem uma placa na entrada, dizendo que não damos sacolas...

-Não quero nem saber “mulé”... Não vão dá sacola?
-O senhor pode comprar... custa apenas...
-Custa é nada... É dever de vocês... Não pago nadinha a mais...
Nisso perguntei pro caixa que me atendia:
-Quanto custa a sacola?
-10 centavos...

Mexi no bolso, eu tinha vinte e cinco centavos. Ela me deu duas sacolas... Eu olhei para o cara, daria uma sacola pra ele? Não, claro que não. Ele não merecia. Sorri pra mim mesmo, acho que gosto de apagar incêndios com gasolina.

Quando estava saindo, eu disse pra ele, que ainda brigava com a gerente sem jogo de cintura:

-Tchau meu velho... Eu já tenho a minha sacola... Porra dez centavos... (houve um silencio)

A gerente sorriu pra mim, fiquei até com vontade de beijar a boca dela, mas acho que não era um bom momento... Puta que pariu dez centavos?

Luís Fabiano.


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