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terça-feira, julho 17, 2012



Olhos de uma Resposta

A memoria é uma navalha indócil
Dançando inesperadamente nas dobras do pensamento
Reabrindo feridas...
Alentando canções...
Beijando as estrelas...

Ainda lembro daquele olhar
Com um misto de indefinição pendular...
Que queria dizer, mas não disse?
Ou talvez eu simplesmente seja um grosseiro
Incapaz de perceber as nuances do espirito?
Pode ser

Tomávamos um chá...
Eu me lembro que fui deseducado ou descuidado...
Chupando o chá na beirada da xicara... Estava quente
Todos naquela mesma me olharam com reprovação...
Acostumei-me mais tarde...
Mas ela... Eu não sei... Ela não olhou assim...

Nesta época ainda me existiam resquícios de inocência 
Eu acreditava e muitas coisas
E me iludia com outras tantas...
A verdade era uma pluma afagando a pele
Desejava que a vida fosse uma festa...

Seja como for, ilusão, verdade, mentira ou sonho
Como tantas coisas que passam em mistério
Aquele olhar ficou vagando num silencio
Acho que eu prefiro acreditar que ela me quis bem...
Afinal é assim que fazemos com tudo...


Luís Fabiano

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