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segunda-feira, julho 23, 2012



Ilusões Viscosas, Glenda e uma promessa falsa
Parte - II 


Você sabe quando um peixe esta fisgado? As vezes sim, a linha da sinais... algo puxa com suavidade, uma caricia com desejos latentes... Naturalmente, depende do tamanho do peixe. Glenda era um peixe bom... Havia promessas entre os silêncios.

Gosto disso, um jogo calado repleto de uma sensualidade latente... Na verdade eu digo que isso as vezes, chega a ser melhor que uma foda. As preliminares da mente, a imaginação focando o futuro... Enquanto mãos, pernas, braços apenas se tocam com delicadeza... uma dança feita de longe, que me deixava de pau duro, e provocava sorrisinhos fáceis em Glenda.

E esse nome? Glenda? Foda-se. Ninguém é perfeito.
Renê como uma espécie de víbora, ficou de longe analisando a situação. Parecia aborrecida. Ela havia resolvido uma briga, por causa de uma mulher ou um cara, não entendi bem... As pessoas se alteram, são passionais, detesto passionais.

Jamais fiz ou farei uma cena por causa de ciúme. Acho deselegante e chato. nunca mataria alguém por ter sido corneado ou algo assim. Não sou nada passional. Mataria alguém talvez por vingança, mas seria um ato frio, calmo feito pra provocar dor profunda, e uma morte agonizante. Essa é a diversão da coisa, matar por matar é besteira infantil.

Glenda estava bem próxima.
-E então Fabiano... que tu fazes pra viver?
-Faço coisas idiotas... Trabalho com informática...
-Faz programas?
-Faço, tu pagas bem?
-Claro que sim... tu garantes o serviço?
-Claro baby...

Rituais de acasalamento de cansam. Ela tinha boas tetas, um bom cu, excelentes pernas e um olhar triste e vago. No meu tosco entender, deveríamos acabar com as preliminares e partir para o fim.

Um sexo rasgado, bem molhadinho entre risos e um gozo no final, o gol. Vida simples. Relaxei, que fosse assim. Os braços dela naquele vestido, indicavam que malhava, braços fortes. Isso me atrai, ela parecia estar no limbo. 

Cheguei a pensar que gostava de mulher. Gosto de mulheres que gostam de mulheres, costumam ser mais sensíveis que as outras.
Meu interesse pela festa já havia se ido. Que festa? Que Renê? Então quando menos esperava, Glenda me beija com força... Pegando-me pela cintura, enfiando a língua imensa em minha boca. E que boca. Rasgada, enorme como uma imensa buceta de encantos. Aquilo foi dinamite pura. Talvez ela tivesse lendo meus pensamentos... Gosto de mulheres assim.

Então ela foi me empurrando contra a parede... me pressionando tentando sugar meu ar complemente. Minhas mãos passeavam por aquela bunda esplendida... Colocando sua perna entre as minhas, esfregando o corpo como uma serpente gostosa... Ela queria me comer. Quando o beijo terminou... Ela fica me olhando com aqueles olhos tristes... Naquele instante pouco interessava o universo, as crianças famintas que morriam do outro lado do mundo, as guerras destruindo inocentes, os doentes terminais extinguindo lentamente a vida. Foda-se o mundo, eu quero é foder com a agonia, rasgar a loucura afagando a insanidade, num mar de gozo. Eu um verme luminoso ensebado, deslizando em canos de esgoto, merda, sangue, ranho e lagrimas, o delírio enrodilhado clamando preces na tentativa de salvar alguma coisa.

Arrastei Glenda para o banheiro. Não havia tempo a perder, eu estava com uma ereção fantástica, foderia o sol se houvesse possibilidade. Eu conhecia a casa de Renê, eu fui para seu quarto, tem um banheiro particular... Lá não seriamos perturbados. O abuso já havia ocorrido... Que ela poderia fazer? 

Subimos as escadas. No banheiro espaçoso de Renê, de frente a um espelho grande... Recomeçamos o amasso.
Fui erguendo o vestindo de Glenda... Revelando uma calcinha branca fio dental branca... toda em renda, gosto disso, gosto da maneira como a calcinha toca o corpo da mulher...minha mão escorrendo pelo seu rego... 

Então a virei de costas... Baixando a calcinha... Nem sei se ela era tão fantástica assim... mas a vida, o momento, o instante transformam tudo em único.
Quando fui enfiar na xoxota Glenda disse: não, aí... no cu...eu gosto é no cu...
Que seja feita a vossa vontade... Entrei fundo, não resisti e no final... Aquele cabelo loiro brilhando a luz do espelho, puxei com força... Muita força... E... 

Arranquei o cabelo? Sim... tudo, acho que arranquei a cabeça de Glenda. Ela mostrava um careca mais brilhante que minha cabeça raspada... E essa?
Aquilo gerou um estado nervoso em Glenda... Ela tirou o pau rapidamente de dentro dela, e se virou. Não preciso dizer que naquele instante tive duvidas se Glenda em verdade não era Glendo?

Mas não... Eu havia tocado naquela xoxota. Ficamos em silencio ridículo, eu de calças arriadas, ela de vestido erguido e calcinha rasgada... Eu com sua peruca loira em minha mão esquerda. Bom qual seria o próximo passo?

-Fabiano... tu poderias devolver o meu cabelo?
-Claro... Desculpe, eu me empolguei...
-Tudo bem, eu deveria ter contado com isso... É hoje é a primeira vez que saio em muitos meses de tratamento - disse isso erguendo calcinha em frangalhos, baixando o vestido, deixando a peruca sobre uma mesinha.
-Mas você tem...
-Tenho... Câncer cara... Quase tudo em mim é falso... De silicone... Ta vendo estas tetas?Falsas... bunda falsa, cabelo falso...

A vida deve ser uma grande surpresa. A verdade é um assalto inesperado, um soco de boxe, a mordida de um pittbull, e talvez eu esteja ficando meio sádico com a idade. Não me sentia surpreso, reajo com a frieza de um serial killer... Porem não de todo. Eu queria saber a fundo aquela historia, uma vez que a trepada... Bem... Ao menos gozamos uma vez.

Glenda coloca a cabeça no lugar. Por isso o cabelo era tão lindo... Porra fiquei pensando em todas as musas de revistas nuas... Quanto retoque de photoshop tem? O que sobra de verdade nisso? Glenda parecia de verdade... 
Linda demais para ser verdadeira... Esse é o ponto.

Quando por fim estava arrumada novamente... Foi que percebi Renê nos olhando de longe, muda, olhar carregado... A porta do banheiro estava aberta:
-Cara que tu pensando?
-Se acalme Renê... Não foi nada demais, coisas do amor... Quantas vezes fizemos isso aqui?
-Cara, mas aí tu tava fazendo comigo... No meu quarto, no meu banheiro, minha casa... Porra tu tá loco, meu?

As drogas dinamitavam o que sobrou da mente dela... A deixavam mais maluca que já era... E emoções feridas, são drogas pesadas capazes de destruir tudo a volta... Ela tinha sangue nos olhos... E veio pra cima de mim, com uma raiva que parecia real.

Que merda, malditas relações fudidas que fodem a vida... Detesto isso, já tive doses de desequilíbrio o suficiente em minha vida. Glenda... Era inexperiente... Parecia assustada num canto.
Eu segurei Rene contra meu peito, impedindo que ela me agredisse ou se machucasse, estava louca. Segurei sua cabeça apertando forte, num abraço paterno de um enfermeiro de hospício. Ela começou a chorar.

-Calma minha filha... Calma... Tudo vai ficar em paz... Aquilo que vemos, dói... Uma dor que repercute, te calma. Existem coisas que não tem importância... Calma...
Ela parecia uma criança perdida.
-Fabiano... eu quero que todos vão embora...todos...quero ficar sozinha... Manda eles embora...
-Tudo bem... Renê deite aqui na cama... Eles já vão embora.

Ela deitou e parecia esgotada, sabe-se lá quanto tempo que não dormia... Ela fazia isso.. Sabem como é, boletas e bebidas...
Agora foi se apagando como uma vela gasta... Adormecendo com um semblante carregado. Deixei assim. Voltei para Glenda que era uma estatua muda. A noite havia feito uma curva vertiginosa, porra, porque eu não fui pra casa? As coisas podem ser mais simples.

-Glenda, desculpe tudo isso... E pelo cabelo também...eu...
-Tá tudo bem Fabiano... Tu viste minhas fraquezas hoje...
-Acho que não... vi o que é denso e forte em ti... A grande maioria das 
pessoas não percebe, mas esta doente... Nem sempre é visível...

Ela sorriu triste. Talvez minhas palavras soassem vazias demais para suas dores, uma ponte frágil, feita de teias que tremiam a menor das brisas. Estranho como somos, fraturas caladas de um coração humano. Fiquei lembrando de minhas coisas... Não tenho pretensão alguma, apenas gostaria que as tormentas se acalmassem, que uma brisa quente e suave soprasse no de rosto todos... é possível?

Renê adormeceu, e fui saindo com Glenda do quarto.
-Fabiano, não quero encher teu saco com minhas historias... por hoje chega...
-Tudo bem... Sei como é, sou um tipo duro também...

Talvez eu devesse ir também, é preciso saber quando se está no lucro, não sou de forçar nada. Tanta sobriedade me irritava, mas a arrastaria para minha casa aquela noite, sozinho.

Luís Fabiano.

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