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quinta-feira, julho 19, 2012




Festa do Sangue

Tudo sempre começa por um convite
Venha em mi casa, em mi choupana... Vamos fazer amor...
Bem – eu digo –tudo bem
Mesmo sem ter certeza do que isso quer dizer
Treparia com éguas, macacas, cadelas e onças
Se houvesse oportunidade...

Eu chego ao local do crime
E as noticias não são boas...
Ela me apresenta aquela calcinha linda, com um absorvente cheio de sangue
Um esparadrapo gigante
Tentando fechar uma ferida sanguinolenta impossível

Tenho um breve momento de reflexão
Aquela imagem era hedionda e estupida
Nunca me importei com sangue... Vivo ou morto...
Meu problema era a estética
Foderia ela sangrando ou não...
Mas meu pau não quis...

Como um animal
Eu olhava aquele absorvente melado, sangue e porra
O cheiro do desencanto a procura de fetos sem vida
Tudo me pareceu mais horrível do que era
A foda se foi, sobrou a filosofia

Lembrei-me de todas as mulheres menstruadas que comi
Já daria para ter me afogado em sangue
Boa morte

Algo me tomou, e eu a achei pior que um bicho
Creio que uma facada sangra com mais dignidade
Ao menos existe um sentimento útil por detrás...
Olhei para ela novamente
O absorvente parecia querer explodir
A champanhe do vampiro...
Sorri pra ela e disse:
-Sua boca esta saudável, não ?

Luís Fabiano

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