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quarta-feira, junho 20, 2012




Calcinhas furadas ao vento

As bandeiras acenam uma fronteira flácida
Como se pudessem traçar riscos na margem do vento
Maquiar a dor entre dentes
Distendendo cordas de nylon a espera do milagre
Como um idiota, fiquei olhando sua dança fútil
O cuidado que ela fazia aquilo...
Era maior que ela tinha para consigo...

Os frangalhos de roupas limpas impecáveis
O espelho de nojos fecundos
Remendos paliativos inapagáveis da alma 
Nossas feridas e cicatrizes por vezes esquecidas 
Afogadas pelo tempo, melhor assim 
Entre a fumaça de um cigarro barato e um trago
Ela regia a esperança na corda sem som

O interminável movimento ordenado
De uma limpeza irritante, fedendo a clorofina
Gosto de limpeza... mas nada de mais
Estava ficando irritado com aquilo
Então ela dependurou uma calcinha puída, furada
Nada sex, bege vomito de cachorro
E imaginei os dentes de sua buceta comendo o tecido entre suas pernas gostosas

Ela pergunta o que eu acho?
Sorri debruçado na ironia:
-Tua xoxota sublima o que tua limpeza soterra – eu disse
A puta não entendeu, ficou sorrindo como se fosse um vazio em paz
O pendulo da inteligência e a estupidez, me faz subir o pau
Então entre a calcinha rasgada, a corda de prendedores e o vento mudo
Ela vem pegar meu pau, diz: gostaria de pendurar teu pau aqui com prendedor
E chupa-lo quando coloco minha roupa...

Fiquei louco, um cavalo no cio e agarrei ali mesmo entre a vizinhança
A corda não resiste, derrubamos o equilibrista
E a calcinha puída mergulha o chão
E ela geme alto como gosto, misto de agonia e amor 
Enquanto nos sujamos submergindo no prazer desgarrado
Bastardos no templo imundo, deitados no chão
A impureza sorvendo rasgos puídos
Transformando frestas em poesia
Como desejos diluídos asfixiando fantasias angélicas.

Luís Fabiano

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