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sexta-feira, abril 13, 2012



Mosca e uma Cerveja 

Insisto nos mesmos erros...
O ritual incansável a procura da beleza ou da tragédia
Ambos podem ser
Gosto de bares infectos
Minhas catedrais do nojo... o doce ,a fagulha em vida...
O feto dos vencidos com guelras de metal...
Bares onde a confissão dos malditos
Brilham como verdades raras...
Enchendo o rabo do demônio

Gosto de ficar ali..
Sorvendo minha companhia
Distante de xoxotas venenosas
Ou conselhos vazios
Broxadas possíveis e alegrias enferrujadas...
Anos se passam
Garrafas que se esvaziam
E lagrimas criam asas

Tomo cerveja em um copo lascado
Todo prazer exige alguma coisa...
Enquanto uma abençoada mosca pousa na beira da lasca
A puta deseja beber de graça... como qualquer outra puta...
Ignoro os germes e bactérias a observando
Como detesto virtudes fissuradas

Creio que isso não é uma questão de saúde
Não gosto de dividir minha bebida simplesmente
Como o deserto a espera da chuva
A encaro com desafio
Minha batalha de Dante é contra a mosca...

Duas mulheres bebem numa mesa a minha frente
Parecem felizes... como qualquer aparência
Não havia mosca na cerveja delas
Penso: onde esta o equilíbrio natural?
Eu havia até tomado banho aquele dia
Então tratei de esvaziar a garrafa rapidamente
Deixando a puta na saudade
A mosca entrou na garrafa vazia
E tampei o gargalo...
Estava fudida.

Luís Fabiano.

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