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terça-feira, janeiro 24, 2012



Serenas Lésbicas do amanhecer

Eu estava sentado
Deixando o rum escorregar pela garganta
Como um feto mamado nas divinas tetas do além
Tentava capturar instantes sagrados
Nas vielas tortuosas de uma tempestade improvável
O rum inflama as veias
Excita vontades
fica o Eu
Não tão eu...
Os portais se abrem em uma ereção fantástica
O dedo do anjo apontado pra lua

Freios são abandonados em uma plataforma de lançamento
E mesmo que a vida não estivesse tão bem... parecia bem
As vezes isso é o que importa...
Fodam-se as explicações sensatas do equilíbrio seco
A pseudo perfeição vazia de ideais fulminantes
Afinal, asteroides errantes também são belos ao anoitecer

Então elas se sentaram na minha frente
O relógio brilhava duas e dezenove da manhã
Promessas se desenterravam das sombras do bar
Eram lindas, feitas uma para outra
Conversavam com suavidade
Beijam-se com carinho
E eu ali sorvendo o cuspe perfumado das sobras
Elas não me perceberam, estavam envolvidas ate o osso
A coisa ficou mais forte
Como uma maré que sobe inesperadamente

Elas eram uma bela visão
Uma beleza enfiada em desejos ardentes
Nos olhos que brilham chamas do inferno
Gosto de pequenos shows eróticos
E devassar o pecado embrionário das almas
Quis adormecer entre os carinhos platônicos delas
Os fragmentos de um amor possível e molhado
Brilhava em suas mãos errantes
Nos lábios umedecidos e línguas incansáveis
Elas pareciam quere alcançar algo... que não o orgasmo
Elas entraram uma na outra
E eu fiquei em mim.

 
Luís Fabiano.

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