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domingo, janeiro 01, 2012



Farpas da Espuma

Tudo sempre esteve calmo
Mesmo quando a tempestade entrava pela porta
Arrasando tudo
Brigas que não se vencem jamais
Felpas aceitáveis do destino

Fiquei na minha
Da maneira que sou sempre
Uma certa frieza mórbida diante do pior
Um jorro quase vil de indiferença
Um jeito pratico de acomodar emoções inquietas
Amarrando tentáculos voejantes
E fomes perigosas
Coisas que ferem

Isso a irritava mais
Para mim o parque de diversões aberto
Então ouvia tudo de pior que ela tinha
Um grande saco de treinar boxe
Aguentava boas pancadas
Por fim ela caia exausta
E aquele silencio longe estava de ser paz
Mas era uma sinfonia muda no deserto ao luar
A mosca pousada no pudim

Os escombros estavam vivos
Seus pedaços vinham parar no meu colo
Afagando os restos de mim
E como teias que se unem
Uníamos-nos na escuridão
No abandono de nosso pior
E por algum instante
Tudo valia a pena
Creio ser isso a salvação

Luís Fabiano.

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