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segunda-feira, janeiro 16, 2012



Batismo Dourado

Gosto das linhas mestras
Emulando perfeição vagabunda
Pilares apontando para o céu gris
Filamentos da serenidade cavalgante nos afagando
E você pelada na cama
Despertando como um amanhecer sem fim

Hálito noturno e farelos da foda de ontem
Cheiros fortes do suor, da porra e peidos matinais
O meu céu lindo, meu arco-íris, a beleza como um polvo
Agarrando-nos a alma, no véu das indiferenças tantas
Gosto assim... a beleza indiferente
A vitória régia surgindo sozinha onde ninguém pode ver
A roseira segregando espinhos e flores

Então nos caçamos
Presa e predador, vampiro e vitima
Amor e ódio, polos divergentes, antagônicos e complementares
Ela sorriu com sorriem os demônios... as sereias ...os fantasmas
E o traço de sua feição culminou no meu querer
Dizendo silenciosamente onde iriamos parar... mas que porra...
Onde iriamos?

Sorri como um anjo de dentes cariados
Ela apontou a xoxota com pelos dourados no meu rosto
E abriu seu sorriso vertical
As vigas mestras do templo mantinham-se firmes
Meu pau desafiando colunas gregas
La fora ambulâncias clamavam vida e morte
E Deus parecia indiferente

Ela riu como uma louca apontando sua arma pra minha cabeça
E mijou como mijam as cachoeiras num amanhecer orvalhado
Bebi, engoli e a amei como um cavalo louco
Beijamos-nos em meio ao fétido odor
Como a vida que se esvai quando a morte chega
E as lembranças perfumadas de uma vida
Pairam acima do abandono
O templo tremeu
Mas sou assim... estou pronto para começar novamente.


Luís Fabiano.

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