Um cão em mim
Não gosto de ver animais aprisionados
Zoológico dos horrores
Eu amarrado a medos agudos
Grades negras ao por do sol
O cão na coleira do seu dono
Olhou-me nos olhos
O dono sorria feliz
Cordas da certeza entre as mãos
O amor que não foge por não ter como
Nosso estilo de entender felicidade
Enquanto nossas teias grudam em tudo
A liberdade nos aterroriza no canto
O cão errante atravessando uma rua movimentada
Segurança sem peias
Gostar feito grades cerradas
Olhar sem coleira
Amor sem amor
O cão rosnou pra mim
Escravo rebelado criando inimigos
Agarrando-se ao que restou de si
Ruinas feridas do imaginário
Natureza com dono
Acho que o entendo
Pois dentro de nós também existe
Uma fera carinhosa quase em desespero
A espera que a porta se abra.
Luís Fabiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário