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sábado, dezembro 10, 2011



Um cão em mim

Não gosto de ver animais aprisionados
Zoológico dos horrores
Eu amarrado a medos agudos
Grades negras ao por do sol
O cão na coleira do seu dono
Olhou-me nos olhos

O dono sorria feliz
Cordas da certeza entre as mãos
O amor que não foge por não ter como
Nosso estilo de entender felicidade
Enquanto nossas teias grudam em tudo

A liberdade nos aterroriza no canto
O cão errante atravessando uma rua movimentada
Segurança sem peias
Gostar feito grades cerradas
Olhar sem coleira
Amor sem amor

O cão rosnou pra mim
Escravo rebelado criando inimigos
Agarrando-se ao que restou de si
Ruinas feridas do imaginário
Natureza com dono
Acho que o entendo
Pois dentro de nós também existe
Uma fera carinhosa quase em desespero
A espera que a porta se abra.

 
Luís Fabiano.

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