Sonhos Raiz de Vapor
Acordar uma vez mais
Olhos que se abrem como elos de uma corrente
Arrancando o indevassável luminoso
Trazendo-me de arrasto ao mundo dos gemidos
O sonho pesadelo feito carne
Asas arrancadas e pés de chumbo
O denso tomado das nuvens
Na fluência de uma guilhotina
Tentando agarrarem-se as ultimas esperanças lubrificadas
Como a vida comum das flores de plástico
Esse despertar na cegueira que vê
O verme sebento vendo a borboleta voar
Minha ereção desafiava deus
O dedo sem unha do universo
Dardos de uma culpa sem dono
Minha vida ao cais sem redenção
Trabalho, brigas, morte e amor...
O esperado com preço alto
O insano ereto sonhador quer fugir
O real falso de pedra sorri
Raízes penduradas num céu limpo
Bebendo desta terra em sono
Para não acordar mais assim
Sonhos feitos e desfeitos do meu querer
Correntes que se fecham uma outra vez.
Luís Fabiano.
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