Pau da Esperança - Tetas da Consolação
Havíamos perdido quase tudo
Restos carcomidos num amanha ausente
O tempo macabro, revelando escamas afiadas
Num aquário asfixiante
Era ótimo...
Tínhamos nosso inferno pessoal
A cada amanhecer revelando sombras
Sou um tipo de estomago forte
Um fantasma arrastado correntes
Com algum sorriso na cara
Pensava: como nos tornamos isso?
Como chegamos aqui?
Cagavamos e comíamos a merda novamente
Para poder cagar...
Acho que éramos covardes
Num jogo de culpas fiel
Aprisionando fracassos, lustrando
As galerias passadas do que um dia sonhamos
Nem respeito ou gentilezas ficaram
Ratos saboreando restos no escuro
Então vinha a noite
Bebíamos... ela tomava bolinha
Afogava-me em rum numa esperança mortal
E quando não éramos mais nem ela e eu
Trepavamos como noivos alucinados do inferno
Sugava suas tetas na esperança de arrancar-lhe a alma pelos bicos
Ela bebia até a última gota de porra e lambia as minhas bolas
Batíamo-nos no rosto, num espancamento de um amor morto
Então silencio dos exaustos
Quando a sobriedade contaminava
As ilusões uma neblina ao amanhecer
Dissipando as orações
Sobrevinha a guerra outra vez
Talvez aguardássemos a próxima insanidade
Uma montanha russa brincando com nossas essências
Enquanto nos perdíamos um pouco mais.
Luís Fabiano.
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