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quarta-feira, dezembro 14, 2011

Navalhadas Curtas: O Dom das Carícias


Tenho me sentado, em meus intervalos rotineiros a tarde, em um bar chamado Dom da Palavra... lugar calmo, aprazível, mas longe de ser o meu estilo hostil. Ali nada de relevante acontece pra mim... nem violência, nem bêbados, garrafas voando. La sinto-me quase pateticamente civilizado.

Um intervalo limpo, sem álcool ou charutos. Mas ontem algo ocorreu... pensei: me sinto vivo. Estava sentado, e duas mulheres deram entrada... leves, belas, pernas expostas... sentaram-se e ficaram se acarinhando distraidamente, beijos e mãos serpenteantes. Foi lindo.

Minha cabeça viciosa, decifrando orgias invisíveis através delas... saboreavam-se como se quisessem pegar a alma uma da outra. Eu o voyeur maldito, o grotesco palpitante a espera do milagre.

Nada poderia ser melhor... a tarde abençoada do nada, anjos caridosos num céu nublado que chovia xoxotas... graças a Deus.


Luís Fabiano.

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