Pesquisar este blog

sábado, dezembro 24, 2011



Fugaz delírio em ti

Aqueles anos foram fantásticos
O despercebimento de liames que nos emaranhavam
Boas bebidas... drogas e intermináveis prazeres
Nosso sexo era um trem fora dos trilhos
Colidindo com o céu
E nos arrebentando depois... ao solo com toda força

Curiosamente nunca percebemos tudo...
O pescador desconhece a profundidade do oceano
Desconhecemos o quanto estamos um dentro do outro
Limites longínquos do querer
O Everest desafiando as nuvens
Abismo beijando a luz

Então como uma onda que se dissolve
Você se foi...
Partidas que partem ... oprimem
Asas abertas sem querer...
Aceitei como se aceita a morte
A muda revolta do peregrino sem consolo
Um carro sem dono
Um apito esquecido

Passei a ser o véu pinçando tua beleza
Refazendo teus caminhos no afã de aspirar
O perfume residual de tua alma
Pegar com minhas mãos nuas
O éter silencioso do amor sublimado
Pisar em tuas pegadas... diluídas
Beijar o vento
E se ainda nada consigo sentir... de ti
Como mãos e suor
Minha aspiração não adormece
É como o pulsar de meu coração
Ecos de ti
Reverberando em minha indissolúvel realidade.

Luís Fabiano.

Nenhum comentário: